Pelé, o terceiro agachado, em uma das pouquíssimas fotos dele no Noroeste
O Esporte Clube Noroeste, de Bauru, completou nesta sexta-feira, dia 1º de setembro, 107 anos de fundação (foi criado exatamente no mesmo dia que o Corinthians). O que poucos lembram é que o Alvirrubro teve, por poucos dias, Pelé em sua equipe.
Nascido em Três Corações, Minas Gerais, Pelé passou a infância e o início da adolescência em Bauru, já que seu pai, Dondinho, foi defender o Bauru Atlético Clube, clube importante da cidade que já chegou a atuar no profissionalismo. Aliás, foi no Baquinho que Pelé começou a aparecer no interior e chamar a atenção de todos.
Um desses que ficaram maravilhados com Pelé foi o ex-jogador Waldemar de Brito, que passou a 'gerenciar' o craque. Primeiro, ele quase foi para o Bangu, já que o clube carioca fazia uma excursão pelo interior paulista e se interessou pelo menino, mas Dona Celeste, a mãe de Pelé, o proibiu de ir para o Rio de Janeiro.
Entre as tentativas de encaixar Pelé em uma boa equipe, Waldemar de Brito viajou e jovem jogador foi para o Noroeste, onde começou a treinar. Ele fez três amistosos com a camisa do Noroeste, mas há pouquíssimas informações sobre estes confrontos. O que se sabe é que em um desses jogos, o Noroeste goleou o selecionado de Ibitinga por 8 a 2.
Como Pelé era um gênio, o Noroeste quis assinar contrato com o garoto. Porém, Waldemar de Brito ficou sabendo e correu para Bauru, tentando impedir a ação. O ex-craque já tinha conseguido um lugar para Pelé no Santos FC, que era o atual campeão Paulista, com um time que já tinha nomes como Zito e Pepe.
Jornal de Bauru anunciando a ida de Pelé para o Peixe
Waldemar de Brito contou com um inusitado aliado: Dondinho era assistente técnico no Noroeste mas, por incrível que pareça, concordou com Brito que o Santos era o melhor para o seu filho. Os dois tinham medo de que Pelé se contundisse seriamente no time de Bauru e, na opinião deles, o Santos saberia trabalhar melhor o garoto.
Aliás, aqui vai um adendo: Dondinho sabia muito bem que isso poderia acontecer, já que na grande chance de sua carreira como jogador, estreando pelo Atlético Mineiro, teve uma série contusão e depois não teve outra oportunidade parecida.
Com isso, Pelé saiu do Alvirrubro, mas antes de ir para a Baixada, tinha ainda que enfrentar mais um obstáculo: Dona Celeste. Após muita conversa, a mãe deixou o menino ir para Santos e daí para a frente a história é conhecida.
Porém, a torcida do Noroeste nunca perdoou Pelé por isso. Na década de 60, em um jogo contra o Santos, em Bauru, torcedores vaiaram o Rei durante quase todos os 90 minutos. Depois de marcar um gol, ele teria feito gestos provocando os torcedores locais.
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