Imagem do primeiro jogo do Timão, em 14 de setembro de 1910 (foto: arquivo Corinthians)
O dia 14 de setembro de 1910 é um marco na história do Corinthians. Naquela quarta-feira, há 107 anos, no antigo Campo do Lenheiro, na região do Bom Retiro, em São Paulo, o Alvinegro disputou uma partida pela primeira vez.
Ainda como uma equipe “de várzea”, o Timão entrou em campo com Valente, Perrone, Atílio, Lepre, Alfredo, Police, João da Silva, Jorge Campbell, Fabbi, César Nunes e Joaquim Ambrósio.
Naquela época, o capitão também era encarregado da função de técnico da equipe, responsabilidade que o zagueiro Rafael Perrone carregou naquele dia. O Alvinegro encarou o Estrela Polar, também de São Paulo, e venceu por 2 a 0. O primeiro gol da história do clube foi marcado pelo centroavante italiano Luigi Salvatore Fabbi Filho. Em seguida, foi a vez do meio-campista Jorge Campbell ir às redes e decretar os números finais do duelo – este foi o único gol que o atleta marcou com a camisa do Corinthians.
Segundo o relato do livro “Coração Corinthiano”, de Lourenço Diaférria, a primeira vitória foi comemorada com muita cerveja em frente à confeitaria do Desidério, local onde ocorrera a fundação do clube duas semanas antes.
“A primeira cervejada oficial coincidiu com a primeira vitória. Contra o Estrela Polar, time aguerrido, por 2 gols a 0. Foi o segundo jogo do Corinthians, que entrou em campo com o mesmo time que enfrentara o União da Lapa. Mas agora o time se ajustava. O centroavante Luiz Fabbi marcou o primeiro gol do jogo e o primeiro gol da história do Sport Club Corinthians Paulista. O segundo gol quem fez foi Jorge Campbell, que também trabalhava na estrada de ferro dos ingleses, e já começava a recolher dos “gringos” algumas contribuições em dinheiro para o clube. Campbell era sócio fundador do Corinthians.
Rolou bebida, que foi paga com um rateio geral. Uma grande carroça puxada por dois cavalos atravessou toda a rua dos Italianos e descarregou na confeitaria do Desidério barris de chope e barras de gelo, provenientes da cervejaria Germânia, um galpão amplo localizado ali mesmo no Bom Retiro, na referida rua, de onde se evolava permanentemente um suave olor de malte e cevada. Normalmente, as rodas das carroças que transportavam diariamente a cerveja crepitavam no calçamento de pedra, como engrenagens enferrujadas, mas naquela vez o barulho se tornara alegre e agradável de ouvir porque se misturava ao alarido dos brasileiros, italianos, espanhóis, portugueses que se abraçavam irmanados, alguns com os bigodes tamanho família agarrados a minúsculos flocos de espuma branca. Comemoravam. Bebeu-se às baldas”.
Esta história foi extraída do livro ‘Coração Corinthiano’, do jornalista Lourenço Diaféria.
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