Maradona apresentando Charles. Foi o craque que contratou o brasileiro para o Boca
Raramente jogadores brasileiros conseguem sucesso no futebol argentino. Dá para contar nos dedos os atletas daqui que conseguiram se tornar ídolos na terra dos 'hermanos'. Talvez o último que tenha alcançado o feito foi o meia Silas, no San Lorenzo, em meados dos anos 90. Entre os que não foram bem, há vários e entre eles está o centroavante Charles (ex-Bahia, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio), conhecido também como Charles Baiano ou Anjo 45.
Porém, não há como negar que ele chegou lá com muita responsabilidade. A grande revelação do Bahia campeão brasileiro de 1988, chegando à Seleção Brasileira (e causando até um mal estar entre o torcedor baiano e o treinador Sebastião Lazaroni na Copa América de 1989), o atacante foi importante no bi-campeonato do Cruzeiro na Supercopa da Libertadores de 1991 e 1992.
Suas atuações chamaram a atenção de nada mais, nada menos que Diego Armando Maradona. Parado, pois estava cumprindo uma de suas suspensões por doping, 'El Pibe' resolveu dar um presente para o seu time do coração, o Boca Junior: comprou o centroavante brasileiro do próprio bolso e o levou para o time argentino.
É claro que Charles chegou com uma grande responsabilidade, mas ele mesmo disse, em entrevista ao UOL em 11 de fevereiro de 2013, que no início foi bom. "Foi uma novidade, nunca tinha acontecido de um atleta comprar outro. O começo foi bom, mas fiquei sem jogar um tempo, não consegui uma sequência. Conhecia o estilo argentino da seleção deles, com muita qualidade. Mas, quando era clube contra clube, complicava. A maioria dos clubes de lá bate mais do que joga. Era uma pancadaria só. O nível do Campeonato Argentino era sofrível. Poucos times tinham plantel de qualidade", comentou.
Esse problema da seqüência o atrapalhou demais e, aos poucos, foi perdendo espaço na equipe até ser praticamente encostado no elenco do time azul e amarelo. Charles também explicou que apesar de ter sido contratado por Maradona, poucas vezes o encontrou. "Tive contato poucas vezes com ele. Na época ele estava morando lá, de vez em quando até treinava com a gente no Boca. Mas foi um contato muito rápido", descreve o baiano. Mesmo jogando pouco, o artilheiro conquistou o Torneo Apertura de 1992 pelo clube.
Logo em seguida, Charles foi para o Grêmio, onde não teve uma passagem muito feliz, e Flamengo, onde ganhou a alcunha de 'Baiano', pois o Rubro Negro tinha outro Charles, o Guerreiro, e ainda conseguiu conquistar a artilharia do Campeonato Carioca de 1994. Depois, ainda passou por diversos clubes, até encerrar a carreira em 2000.
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