Paulo Futre esteve muito próximo de defender Portuguesa e Santos, mas não deu certo
No final da década de 90, para promover o na época muito forte Campeonato Paulista, a Federação de Futebol do estado, presidida por Eduardo José Farah, reforçava as equipes da competição. Isso mesmo, a FPF contratava jogadores e os distribuía entre os clubes que disputavam o campeonato. O ano de 1998 foi o ápice desta história, quando a entidade fez o Disque Marcelinho, fazendo com que o ídolo voltasse ao Timão, e, entre outros reforços, colocou Evair na Portuguesa.
Falando em Lusa, foi uma época em que o time do Canindé fazia frente aos quatro grandes do estado. Por isso, Farah tentava reforçar o clube da colônia portuguesa para se ter mais uma equipe disposta a brigar pelo título. Aí veio a ideia de trazer para o time um dos melhores jogadores da história de Portugal: Paulo Futre.
Nascido em 28 de fevereiro de 1966, em Montijo, Paulo Futre foi revelado pelo Sporting, mas explodiu mesmo no FC do Porto, onde conquistou a Copa dos Campeões da Europa (atual Champions League), em 1987, e ficou com a Bola de Prata, segundo melhor jogador europeu, no mesmo ano, perdendo para Ruddi Gullit.
No Porto, onde ganhou a Copa dos Campeões
Ainda em 1987, o Atlético de Madrid o contratou, virando ídolo no time da capital espanhola. Porém, o craque começou a sofrer com as lesões no joelho, ficando de fora de vários jogos e, a partir deste momento, Paulo Futre rodou o futebol europeu. Ele passou pelo Benfica, Olympique de Marselha, Reggiana, Milan e West Ham, sem conseguir mostrar o mesmo talento de outrora. E foi neste momento que veio a ideia da FPF de trazer o português para a Lusa.
Seria o ideal: um dos melhores jogadores lusitanos defendendo a Portuguesa. Porém, não foi o que aconteceu. Segundo o próprio Paulo Futre, em entrevista ao UOL Esporte, no ano passado, ele queria mesmo vir jogar no Brasil, um futebol mais cadenciado, onde talvez ele não tivesse tantos problemas com o joelho. Mas os diretores da Portuguesa o fizeram desistir de defender o clube Rubro Verde.
O jogador português, então com 32 anos passou por duas reuniões com Farah e uma bateria de exames, principalmente no joelho, para saber o real estado do jogador. Porém, em todos estes encontros, nada dos dirigentes da Lusa aparecerem. Ele chegou até a ir ao Canindé, mas nada dos cartolas do clube. Isto irritou Paulo Futre, que acabou desistindo do negócio.
No Atlético de Madrid, foi ídolo, mas sofreu com as lesões
Na última reunião, o atleta esperou os dirigentes da Portuguesa, que chegaram atrasados, simplesmente para dizer que não iria mais defender o clube, pela falta de respeito. Para piorar, os cartolas da Lusa foram a público dizer que não fecharam com Futre porque ele teria pedido um helicóptero para ficar em São Paulo.
Mas, como Paulo Futre estava por aqui e Eduardo José Farah não queria perdê-lo, o presidente da FPF resolveu oferecê-lo ao Santos. O mandatário do Peixe, Samir Abdul-Hak, chegou a se reunir com o português na sede da Federação e acertar os salários. Mas aconteceu outro problema: segundo o próprio Futre, havia muitos jornalistas o perseguindo, querendo saber se o joelho dele estava bom e se ele ainda iria jogar no futebol paulista.
Para desistir da negociação, o português explicou, ainda na mesma entrevista ao UOL Esporte, que armou um verdadeiro esquema 007. Pediu para sua esposa, na Espanha, ir ao hospital dizer que não estava bem e chegou a até criar um disfarce para ir ao aeroporto e voltar para a Europa. Antes disso, ligou para o presidente do Santos, dizendo que iria ver como estava a sua esposa e voltava em dois dias, para a apresentação. Nunca mais apareceu.
Samir Abdul-Hak, em entrevista, foi perguntado se o Santos havia perdido um reforço e ele logo respondeu: "não! Ele não estava em nosso planejamento". Já Paulo Futre acabou indo para o Japão, onde encerrou a carreira no Yokohama Flügels, ainda em 1998.
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