Por ironia do destino, Eusébio começou no futebol em um homônimo do principal rival do Benfica
O indiscutivelmente maior nome da história do futebol português até o surgimento de Cristiano Ronaldo foi o craque Eusébio. O atacante, na verdade, nasceu em Lourenço Marques (atual Maputo), principal cidade de Moçambique, na época colônia lusitana, em 25 de janeiro de 1942, e foi em sua terra natal que o jogador começou sua carreira.
Na época, os times moçambicanos eram, na verdade, filiais dos grandes times portugueses. Então, o garoto Eusébio, ainda entrando na adolescência, foi procurar O Desportivo, clube ligado ao Benfica, que era o time que o jogador gostava, mas não teve sucesso. Assim, familiares e amigos, sabendo do potencial dele, o encorajaram a procurar o Sporting de Lourenço Marques, que tinha parceria com o homônimo de Lisboa.
Vendo o grande potencial de Eusébio, o pessoal do Sporting de Lourenço Marques já o lançou no time principal com 15 anos. Em 1957, em seu primeiro ano na equipe, ele fez quatro partidas e marcou incríveis nove gols no campeonato local. Tá certo que o futebol moçambicano era amador, mas estava longe de ser fraco: grandes jogadores do futebol português, já naquela época, vinham da colônia africana.
E os números de Eusébio em sua terra natal só aumentavam: em 1958, 11 gols em sete partidas. No ano seguinte, 21 tentos em 11 jogos oficiais. E vale lembrar que como era amador, esses registros são apenas de campeonatos. Jogos amistosos, normalmente, não eram contados e, naquela época, alguns times europeus e sul-americanos já iam excursionar em terras africanas. É provável que estes números possam ser ainda maiores.
O Sporting de Lourenço Marques de 1960: Eusébio é o antepenúltimo agachado
Em 1960 foi o ano de ouro do atacante: 36 gols em 20 jogos, resultando nas conquistas dos campeonatos Moçambicano e do Distrital de Lourenço Marques. Seu desempenho começou a chamar a atenção de quem o via jogar na colônia portuguesa na África e o primeiro a ter o enxergado como grande jogador foi um brasileiro: Bauer.
O ex-jogador, que foi ídolo no São Paulo e defendeu a Seleção Brasileira nas Copas de 1950 e 1954, viu as qualidades em Eusébio, quando esteve em Lourenço Marques, e o indicou para o Tricolor Paulista, que desdenhou do investimento e dispensou a ideia. Então, Bauer o indicou para o técnico húngaro Béla Guttmann, que estava no Benfica e o havia dirigido no São Paulo.
Com seus informantes em Moçambique e mais a indicação de Bauer, o húngaro pediu para o Benfica contratar Eusébio. Porém, antes de chegar ao time, houve uma briga entre os dois maiores rivais portugueses: como jogava em sua filial, o Sporting já tinha tudo acertado com o jogador, mas os dirigentes benfiquistas foram mais espertos e levaram o craque, com então 17 anos, para a equipe vermelha.
A partir daí, todos sabem da história: era o principal jogador do grande Benfica dos anos 60 e da Seleção Portuguesa na Copa do Mundo de 1966, terceira colocada. Eusébio fez uma bela história no futebol mundial e faleceu no dia 5 de janeiro de 2014, deixando muita saudade, mas seu legado ao futebol português é eterno!
Uma pergunta, esses gols foram oficiais?
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