Em pé: Mário Tito, Ubirajara, Luiz Alberto, Ari Clemente, Fidélis e Jaime. Agachados: Paulo Borges, Cabralzinho, Ladeira, Ocimar e Aladim. Os campeões de 1966
O tradicional Bangu Atlético Clube tem também a sua história, sua glória, como diz o próprio hino. A agremiação, que já teve craques da estirpe de Domingos da Guia e Zizinho vestindo a camisa alvirrubra, já conquistou duas vezes o Campeonato do Rio de Janeiro: 1933, o primeiro profissional da história carioca (que você pode conferir aqui) e o segundo em 1966, quando a taça foi levantada em 18 de dezembro daquele ano e é o que vamos contar aqui.
Devido às disputas do Robertão, Taça Brasil e Copa do Mundo, o Campeonato do Estado do Rio de Janeiro em 1966 começou a ser disputado apenas em setembro. Se o Bangu não tinha gênios, como os citados no parágrafo anterior, tinha uma bela equipe, com o goleiro Ubirajara, Cabralzinho e o grande atacante Paulo Borges. O time, dirigido pelo uruguaio Alfredo Gonzalez, que como jogador era atleta da Celeste no Maracanazo, não estava de brincadeira e logo de cara mostrou que ia brigar pelo título daquele ano, estreando com goleadas de 5 a 0 sobre o Madureira e São Cristóvão.
Ao final do primeiro turno, após 11 partidas, o Bangu terminou em segundo lugar, apenas um ponto atrás do Flamengo, com oito vitórias, dois empates e apenas uma derrota, justamente para o primeiro colocado, na última rodada. Para a segunda parte do campeonato, quatro equipes foram eliminadas (Portuguesa, Campo Grande, São Cristóvão e Madureira) e além do Rubro Negro e do Alvirrubro, Fluminense, Botafogo, América, Vasco, Bonsucesso e Olaria continuaram na competição.
Foi exatamente no segundo turno onde o Bangu mostrou sua força: 4 a 0 no Bonsucesso, 3 a 1 no Olaria, 3 a 0 no Botafogo, 3 a 2 no América, 3 a 0 no Vasco e 3 a 1 no Fluminense. Com dois pontos de vantagem para o Flamengo, o Alvirrubro foi para o jogo decisivo, contra o próprio Rubro Negro, em busca da tão sonhada conquista.
Então, no dia 18 de dezembro de 1966, Bangu e Flamengo entravam no gramado no gigante Maracanã para decidirem o título carioca daquele ano. O jogo já começou nervoso e, apesar do domínio, o Alvirrubro não conseguia furar a defesa do Fla, que chegou a ter chances, mas o goleiro Ubirajara trabalhou com firmeza. Porém, a partir dos 20 minutos, o Bangu mostrou o porque vinha sendo o melhor time do Rio de Janeiro.
Jogadores do Bangu comemorando o título
Com um Paulo Borges endiabrado, o Bangu abriu o placar aos 23 minutos, com Ocimar. Não demorou muito, cerca de 180 segundos, e Aladim balançava as redes novamente para o Alvirrubro. E o Bangu, ainda no primeiro tempo, botava uma mão na taça.
Logo no início da segunda etapa, Paulo Borges, que foi o artilheiro do campeonato, com 18 gols, fez o terceiro para o Bangu. Aí, o sangue quente subiu na cabeça dos flamenguistas, principalmente em Almir Pernambuquinho. Aos 25 minutos, houve um conflito entre os jogadores, depois que Paulo Henrique e Ladeira se desentenderam e Almir partiu para cima do atacante
do Bangu, que correu, e foi agredido pelo zagueiro Itamar, pulando com os
dois pés no peito do jogador do Alvirrubro.
Depois disso, todo mundo brigou e, após de
serenados os ânimos, o árbitro Aírton Vieira de Morais expulsou cinco jogadores
do Flamengo: Almir, Silva ‘Batuta’, Itamar, Paulo Henrique e Valdomiro; e quatro
do Bangu: Ary Clemente, Ubirajara Motta, Luiz Alberto e Ladeira. De acordo com
recomendação da FIFA, que diz que nenhuma partida oficial pode ser iniciada,
nem prosseguir, se um dos times tiver ou ficar com menos de sete jogadores, Aírton
Vieira de Morais deu por encerrado o prélio e o Bangu conquistou o título carioca de 1966! Festa da torcida que reunida parece a de um Fla-Flu: Bangu, Bangu, Bangu!
Vídeo do Canal 100 sobre o jogo
Ficha Técnica
BANGU 3 x 0 FLAMENGO
Data: 18 de dezembro de 1966
Local: Maracanã - Rio de Janeiro
Público: 143.978 pagantes
Renda: Cr$ 222.553.510,00
Árbitro: Aírton Vieira de Morais
Gols
Bangu: Ocimar, aos 23', e Aladim, aos 26' do primeiro tempo. Paulo Borges, aos 3' da segunda etapa.
Bangu: Ubirajara; Fidélis, Mário Tito, Luiz Alberto e Ary Clemente; Jayme
e Ocimar; Paulo Borges, Cabralzinho, Ladeira e Aladim - Técnico: Alfredo Gonzalez.
Flamengo: Valdomiro; Murilo, Jaime, Itamar e Paulo Henrique; Carlinhos
e Nelsinho; Carlos Alberto, Almir, Silva ‘Batuta’ e Osvaldo “Ponte Aérea” - Técnico: Armando Renganeschi.
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