Ao menos a resposta!

Frase na camisa: boa resposta do Santos FC com o descaso da CBF

Hoje já não é segredo para ninguém que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) rasgou o Estatuto do Torcedor na 'cara dura' e alterou a data da partida entre Ponte Preta e Santos FC com menos de 48 horas da realização do jogo. O embate, que inicialmente estava marcado para sábado a noite, foi alterado para domingo de manhã.

Tudo isso foi por causa do receio da Polícia Militar de Campinas de as torcidas da Ponte Preta e Guarani se encontrarem. O Bugre decidia o título da Série C em horário próximo do momento original do jogo da Ponte Preta. O problema é que a CBF já sabia desse risco três semanas antes, resolveu bancar as datas e em cima da hora modificou tudo.

Isto alterou toda a preparação das equipes para o jogo. O maior prejudicado foi o Santos, que já estava se preparando para se concentrar. Além disso, toda a parte de logística e alimentação dos jogadores estava sendo preparada para um jogo noturno e teve que ser modificada, em cima da hora, para um jogo às 11 horas no dia seguinte.

O bom disso tudo é que o Santos não aceitou calado o desmando da CBF e o Estatuto do Torcedor sendo rasgado. Primeiro, o clube soltou uma nota de repúdio, que pode ser lida abaixo:

Em razão da transferência da partida a ser disputada com a A.A.Ponte Preta, o Santos F.C. encaminhou à CBF, Confederação Brasileira de Futebol, à Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Campinas e ao Comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo – Região da Grande Campinas NOTA DE REPÚDIO com o seguinte teor:
Na noite desta sexta-feira, dia 4 de novembro de 2016, o Santos F. C. foi comunicado por telefone pela diretoria de competições da CBF da mudança do dia e horário da partida contra a A. A. Ponte Preta, a ser realizada na cidade de Campinas – SP.
A partida que originalmente estava designada para amanhã, dia 5/11, às 21h00, foi remarcada para o domingo, dia 6, às 11h00, pico do Sol diário.
A CBF justificou a ilícita alteração de horário em solicitações apresentadas pela Polícia Militar de Campinas e pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Campinas, diante do risco de confrontos entre as torcidas rivais locais.
O Santos F. C. não entrará no mérito da segurança pública envolvida na questão. Ocorre que a forma de comunicação utilizada e a decisão tomada não podem ser aceitas por quem trabalha em prol de um futebol profissional, sério e com respeito ao consumidor/torcedor.
Foi com total incredulidade que recebemos a notícia, em especial pelo fato da “origem” do litígio ter surgido há duas semanas, em 23 de outubro p.p., quando o Guarani (rival local da Ponte Preta) se classificou para as finais da Série C do Campeonato Brasileiro, finais estas que já estavam agendadas para o dia 05 de novembro de 2016 desde o início do Campeonato.
Ora, desde 23 de outubro, então, poderiam a CBF e os demais órgãos de segurança terem verificado os supostos riscos que a rivalidade local provocaria. Este assunto, inclusive, foi objeto de conversas da PM/SP com a CBF desde a última segunda-feira, dia 31/10, sem qualquer medida racional ou tempestiva pela entidade.
A difícil partida do Santos F. C. contra a A. A. Ponte Preta estava agendada para as 21h00 do dia 05 de novembro p.f., início de noite, em que a temperatura é mais baixa e os atletas já passaram todo o dia em concentração e preparação para o jogo, com alimentação diferenciada e em horários específicos. A equipe do Santos já está em Campinas.
Agora, em menos de 1 dia, terá que alterar toda a preparação física, fisiológica, alimentar, mental e emocional, não apenas para um jogo difícil tecnicamente, mas para também um novo ambiente, com outras condições climáticas.
O Santos deixará de buscar qualquer medida excepcional para exigir o cumprimento da tabela e do Estatuto do Torcedor, flagrantemente violados pela CBF, apenas porque não quer impingir ainda mais turbulência ao principal campeonato de futebol do país.
No entanto, fica aqui registrado nosso total desagravo com a decisão tardia e comunicada por telefone.
Espera-se que a medida exigida pela Promotoria campineira e PM local surtam os efeitos pretendidos e que se evitem danos maiores à população e torcedores. Os danos às equipes, em especial a do Santos, por ser visitante, e aos torcedores que estariam presentes, já estão configurados, independentemente do resultado.
Pretende-se com este desagravo dar publicidade a forma esdrúxula pela qual o caso foi conduzido, bem como trazer ao conhecimento público que a responsabilidade civil e consumerista do caso é exclusiva da CBF, organizadora da competição e responsável pela irregular alteração da tabela em prazo ilegal.
Por fim, o Santos FC comunicará os órgãos de proteção ao consumidor e da Justiça Desportiva para apuração do descumprimento do regulamento por parte da CBF.

SANTOS FUTEBOL CLUBE

Mas o melhor foi no dia da partida. Nas costas das camisas de todos os jogadores do Santos tinha a frase "Faltou Respeito". Uma clara atitude de que a agremiação acatou a decisão da CBF apenas para não sofrer as consequências, até porque o time tem uma pequena chance de título.

É claro que eu, na minha alma revoltada, teria ido para o Moisés Lucarelli na noite de sábado e teria pedido os pontos da partida, pois a mudança da data do jogo infringia a Lei. Mas, temos que ser conscientes e admitir que a postura do Santos FC no caso foi forte e que poucos clubes no futebol brasileiro fariam o mesmo. Palmas para o Alvinegro Praiano, que ainda ganhou a partida por 2 a 1, de virada.

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