Apolinho, ao centro, com Romário e Sávio (foto: arquivo Flameno)
Neste dia 7 de abril, onde comemoramos o aniversário de 1 ano de O Curioso do Futebol, também é o Dia do Jornalista. Para festejar a data, O Curioso do Futebol relembrou, no post anterior, dos trabalhos como treinador do cronista esportivo João Saldanha. Agora, vamos recuperar a história de outro profissional da imprensa que teve a chance de dirigir uma equipe: Washington Rodrigues, o Apolinho, e sua passagem pelo Flamengo nos anos 90.
Washington Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, em 1 de setembro de 1935. Logo de cara, criou uma paixão pelo Flamengo. Estreou na comunicação na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes e passou por todas as grandes emissoras cariocas. Seu apelido, Apolinho, surgiu porque ele utilizava um microfone sem fio semelhante ao dos astronautas da Apollo 11, primeiros homens a pisarem na Lua, em 1969. A alcunha o seguiu durante toda a carreira.
Apesar de ser rubro-negro assumido, a imparcialidade de seus comentários fez que fosse um dos poucos comentaristas com grande aceitação pelas quatro grandes torcidas cariocas. Para se ter uma ideia desta aceitação, ele contou que "certa vez ganhou um prêmio, uma coruja de mármore, dada pela Força Jovem do Vasco." Segundo o próprio, uma das táticas usadas por ele para ser imparcial, é evita fazer a cobertura direta do Flamengo.
Seu sucesso no microfone fez com que alguns de seus bordões fossem adotados pelo povo, como "Entre mortos e feridos, salvaram-se todos", "Chocolate"(que indica uma goleada), "estopa"'(que indica bola dentro do gol), "Mais feliz do que pinto no lixo", "Capinar sentado", "Ô, rapaz", "Briga de cachorro grande", "Tá tão quente que urubu voa com uma asa e se abana com a outra","Bangu faz tanto calor que parece uma lata de alumínio esquenta muito e esfria rápido", entre outros.
Com Romário em treino na Gávea
Mas a carreira de treinador iria aparecer na vida de Apolinho em 1995. O Flamengo, que estava comemorando o centenário de fundação, e, apesar das grandes contratações, entre elas Romário e Edmundo, que formavam com Sávio o 'melhor ataque do mundo', o rendimento do time era um fiasco. Dois treinadores já tinham passado pelo clube naquela temporada: Vanderlei Luxemburgo e Edinho. Chegando na metade final da temporada, o presidente do clube, Kleber Leite, teve a ideia de convidar Washington Rodrigues a assumir o cargo.
"Estava jantando e o Kleber Leite me convidou para encontrá-lo em um restaurante. Imaginei que queria conselhos sobre o momento do time e fui preparado para sugerir a contratação do Telê Santana. Ninguém queria pegar o Flamengo. O papo varou a madrugada. Até que por volta das 3h30 havia um prato virado na mesa e sem uso. O Kleber me disse que tinha um nome e pediu para que virasse o prato. Quando vi que era o meu tomei um susto e perguntei se ele estava brincando. Pensei rápido e aceitei, já que o Flamengo é uma convocação. Foi uma correria. Tinha que me desligar da rádio, TV, jornal. Tudo para evitar conflito", explicou Apolinho.
Sua estreia foi vitoriosa, um 3 a 2 contra o Vélez Sarsfield na Argentina. Até que Apolinho não fez feio, conseguiu livrar o Flamengo da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro e ainda levou o time até a decisão da Supercopa da Libertadores, onde perdeu o caneco para o Independiente. Segundo o Almanaque do Flamengo de Roberto Assaf e Clóvis Martins, Apolinho comandou seu time do coração em 26 jogos, com 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. Um aproveitamento de 52,56%.
Washington Rodrigues no estúdio da Super Rádio Tupi
Apolinho sempre disse que não era treinador e que estava ali só porque foi convocado pelo Flamengo e que seria uma espécie de 'obrigação' atender o chamado. Porém, ao fim da temporada, Washington Rodrigues deixou o cargo, que foi assumido por Joel Santana. Em 1998, o radialista voltava ao Flamengo, mas desta vez como diretor técnico. Ele assinou um contrato de dois anos, mas ao final da primeira temporada deixou o posto.
Atualmente, Apolinho escreve uma coluna no Jornal Meia Hora chamada 'Geraldinos & Arquibaldos', de conteúdo leve e bem humorado. Comanda na Super Rádio Tupi, desde fevereiro de 1999, o Show do Apolinho, além de participar do programa Show da Manhã, apresentado por Clóvis Monteiro. Também é o comentarista titular da equipe de esportes da rádio.
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