Raí jogou apenas o jogo decisivo e abriu o placar
Com o calendário bastante apertado em decorrência da disputa do Torneio Rio-SP no primeiro semestre, a FPF precisou mudar novamente a fórmula de disputa da competição que iniciaria sem os principais clubes do estado. Na fase final, Corinthians e São Paulo tiveram um novo encontro, desta vez com vitória tricolor e com direito à volta de um velho algoz corintiano.
Com Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo na disputa do torneio Rio-SP, a FPF iniciou o campeonato sem eles. Assim, as outras 12 equipes foram divididas em dois grupos de seis que se enfrentariam em turno e returno. As quatro melhores receberiam a companhia dos quatro grandes, onde outros dois grupos com seis times seriam formados, se enfrentando em partidas de ida e volta.
Antes do campeonato, porém, uma história bastante curiosa aconteceu. Ídolo da torcida corintiana aonde chegou em 1994 e conquistou dois paulistas e uma Copa do Brasil, Marcelinho Carioca não se adaptara ao Valencia da Espanha depois de seis meses. Para tê-lo atuando em campos paulistas novamente, a FPF adquiriu o seu passe por R$ 15 milhões e convocou os torcedores a escolherem em que time ele jogaria. Cada ligação para escolher a equipe custaria R$ 3,00.
Marcelinho na volta do Valencia
Como era esperado, os corintianos foram maioria com 62,5% das ligações, seguidos de 20,3% dos são-paulinos, 9,5% dos santistas e apenas 7,7% dos palmeirenses. O time do Parque São Jorge se deu bem, mas a federação nem tanto. O custo das ligações arrecadou menos de R$ 2 milhões, causando enorme prejuízo.
No Paulistão após o vice-campeonato são-paulino no torneio interestadual diante do Botafogo – Santos e Palmeiras foram eliminados por campeão e vice, respectivamente -, as grandes equipes se juntaram aos oito classificados. No mesmo grupo, os rivais Corinthians e Palmeiras disputaram ponto a ponto a liderança do Grupo 3. Na outra chave a Portuguesa surpreendeu e superou o Santos, ficando atrás do São Paulo, mas com a vaga.
Classificados às semifinais, o São Paulo venceu os dois confrontos diante do Palmeiras, proporcionando pouca emoção nesta decisão. Por outro lado, porém, emoções não faltaram no confronto entre Corinthians e Portuguesa. Após empate por 1 a 1 no primeiro jogo, o time do Parque São Jorge precisava apenas empatar novamente, e perdia até os 48 minutos do segundo tempo. Foi quando o árbitro argentino Javier Castrilli marcou pênalti após César ajeitar a bola no peito. Rincón bateu, empatou o jogo por 2 a 2 e garantiu o Corinthians na decisão.
Comemoração de um dos gols
Em nova final entre são-paulinos e corintianos, os tricolores tinham uma carta na manga: a volta do ídolo Raí. No primeiro jogo, vitória corintiana por 2 a 1 e o time alvinegro poderia empatar para ficar com a taça. Bicampeão Mundial e da Libertadores, decisivo nas finais do Paulista de 1991 e 92 contra Corinthians e Palmeiras, respectivamente, Raí retornava após cinco anos na Europa.
E o ídolo tricolor voltava apenas para a última partida e seria decisivo nela. Aos 30 minutos, de cabeça, sem sair do chão, Raí mandou longe de Nei para abrir o placar. O Corinthians empatou, mas Raí tabelou com o atacante França que recolocou seu time na frente. Já no fim do jogo, França recebeu de Denilson para fechar o marcador em 3 a 1 e garantir a 18ª taça ao São Paulo.
Denilson no lance que definiu o campeonato: o grande nome do tricolor no torneio
Campanha da equipe
14J 11V 1E 2D 40GM 15GS 25SG
Jogos - Segunda Fase
07/03/1998 Santos 2 x 3 São Paulo
10/03/1998 São Paulo 5 x 0 Rio Branco
15/03/1998 Matonense 2 x 0 São Paulo
17/03/1998 São Paulo 0 x 0 Portuguesa
21/03/1998 São José 1 x 5 São Paulo
28/03/1998 São Paulo 3 x 0 Santos
02/04/1998 Rio Branco 1 x 4 São Paulo
05/04/1998 São Paulo 3 x 1 Matonense
07/04/1998 Portuguesa 1 x 3 São Paulo
12/04/1998 São Paulo 6 x 1 São José
Semifinais
19/04/1998 Palmeiras 1 x 2 São Paulo
25/04/1998 São Paulo 3 x 1 Palmeiras
Finais
03/05/1998 Corinthians 2 x 1 São Paulo
10/05/1998 São Paulo 3 x 1 Corinthians
Na comemoração do título
Jogo do título
SÃO PAULO 3x1 CORINTHIANS
Local: Estádio Cícero Pompeu de Toledo, Morumbi;
Data: 10 de maio de 1998;
Público: 79.710 pagantes;
Renda: R$ 814.680,00;
Árbitro: Sidrack Marinho dos Santos (SE);
Gols: Raí 30’ do 1ºT; Didi 3’, França 12’ e 37’ do 2ºT;
São Paulo: Rogério Ceni; Zé Carlos, Capitão, Marcio Santos (Bordon) e Serginho; Alexandre, Fabiano, Carlos Miguel (Gallo) e Raí (Aristizabal); Denilson e França - Técnico: Nelsinho Baptista.
Corinthians: Nei; Rodrigo (Didi), Cris, Gamarra e Silvinho; Romeu (Edilson), Vampeta, Rincón, Souza (Marcelinho Paulista) e Marcelinho Carioca; Mirandinha - Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
* Fonte: Federação Paulista de Futebol
Há um erro na publicação da matéria. Quando os 4 grandes entram no campeonato um novo grupo foi formado com 4 em cada grupo e não 6.
ResponderExcluirQuando os quatro grandes entram na competição, são formados dois grupos (3 e 4) de seis times cada, que foram:
Excluir3: Corinthians, Palmeiras, Guarani, Ituano, Mogi Mirim e União São João.
4: São Paulo, Portuguesa, Santos, Matonense, Rio Branco e São José.
Os dois primeiros de cada grupo (Corinthians e Palmeiras no 3, São Paulo e Portuguesa no 4) fizeram as semifinais.
Também foi formado o grupo da morte, que definiu o rebaixamento. Os times eram: Inter de Limeira, Araçatuba, Portuguesa Santista e Juventus, este último o rebaixado.
Tenho quase certeza de que se não fosse o Raí o São Paulo não teria ganho esse título. O Corinthians tinha ganhado o primeiro jogo e estava em vantagem, mas só a presença do Raí foi o suficiente para intimidar os caras do Corinthians e motivar os jogadores do São Paulo a irem pra cima. Ele fez um gol e deu uma assistência para o França marcar outro, não sei se o São Paulo conseguiria fazer isso sem ele.
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