Armando Marques errou nas contas e o título foi dividido
Em 26 de agosto de 1973, Santos e Portuguesa entravam no gramado do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para a decisão do Campeonato Paulista daquele ano. O árbitro escalado para a decisão era o experiente Armando Marques. Polêmico, cheio de trejeitos, o homem de preto daquela partida seria crucial para a decisão de quem ficaria com a taça.
Se o Santos já não era mais aquele grande esquadrão da década de 60, que dominou o mundo, ainda tinha muito daquele time. Lá estavam o grande goleiro argentino Cejas, Carlos Alberto, Clodoaldo, Edu e, é claro, o Rei Pelé. Marinho Peres, machucado, desfalcava a equipe. Comandados por Jose Macia, o Pepe, o Peixe ainda era uma baita equipe.
O grande time da Lusa
Já a Portuguesa, treinada pelo experiente Otto Gloria, chegou à finalíssima com um belo time, que contava com Badeco, Basílio e o grande Enéas. Além disso, o desempenho da equipe na competição era surpreendente: estava nove jogos sem perder.
Mais de 116 mil torcedores assistiram o Santos dominar o primeiro tempo. O Santos quase abriu o placar com Pelé, em cobrança de falta. Porém, a trave não o deixou marcar. Assim, o jogo foi para o intervalo com o placar de 0 a 0.
O Santos que também foi campeão
Na segunda etapa, a Portuguesa melhorou. Mesmo assim, Pelé, teve a trave novamente em seu caminho, em nova cobrança de falta. Mas a Lusa jogava melhor e chegou a balançar as redes com Cabinho. Porém, o gol foi anulado por impedimento. Até hoje, os torcedores lusitanos reclamam que o gol foi mal anulado.
Com o empate persistindo, a partida foi para a prorrogação. Melhor fisicamente, a Portuguesa dominou as ações no tempo extra, tanto que a equipe rubro-verde teve uma grande chance de marcar com Basílio, que chutou, estando cara-a-cara com o goleiro do Peixe, Cejas, mas o arqueiro santista defendeu com a perna esquerda evitando o gol. O 0 a 0 continuou no placar e a decisão da taça ficou para as penalidades.
Para a primeira cobrança da Portuguesa foi o lateral-esquerdo Isidoro. O jogador bateu no ângulo direito de Cejas, que defendeu de mão trocada. Carlos Alberto foi para a segunda cobrança do Santos. O lateral-direito bateu no canto esquerdo do goleiro, que se esticou para o lado oposto, fazendo 1 a 0.
A Portuguesa desperdiçou a chance de empatar com o zagueiro Calegari. O defensor chutou fraco no canto direito e Cejas defendeu sem maiores problemas. O placar permanecia 1 a 0 para o Peixe. O terceiro cobrador do Santos foi Edu. O atacante chutou no meio e alto, Zecão caiu para o lado direito, fazendo 2 a 0. Wilsinho foi para a terceira cobrança, ele chutou com o pé esquerdo, mas acabou acertando o travessão.
Matéria da Cultura sobre a final
Depois das três cobranças, ainda faltavam mais duas e a Portuguesa não tinha balançado as redes. O placar estava 2 a 0 para o Santos. Mesmo havendo a chance matemática da Lusa, o então árbitro Armando Marques cometeu um erro grave e histórico. Ele encerrou as cobranças de pênaltis, depois da bola na trave de Wilsinho, e segundo as contas do árbitro, o Santos era o Campeão Paulista de 1973. Com o apito final e a decisão polêmica de Armando Marques, os santistas se abraçaram, os repórteres invadiram o gramado do Morumbi. Os então campeões santistas colocaram as faixas e ergueram a taça, e até deram a volta olímpica. Porém, a final ainda não tinha acabado
De acordo com o regulamento, para determinar o Campeão Paulista deveriam ser batidos cinco pênaltis para cada time, e só três haviam sido cobrados. Após a decisão, o árbitro Armando Marques reconheceu o seu equívoco ao ser questionado pelos dirigentes da Federação Paulista. O árbitro pensou na possibilidade do retorno dos dois times a campo, para terminarem as cobranças de pênaltis. No entanto, a Lusa não concordou com esta decisão e os jogadores da equipe se trocaram rapidamente e deixaram o estádio do Morumbi.
Capa da Folha de São Paulo no dia seguinte
Os dirigentes da Portuguesa solicitaram uma partida-extra e que a final fosse anulada. Já os santistas queriam bater os dois pênaltis que restavam. Após muita discussão, os cartolas de ambos os times resolveram, em comum acordo, que o título fosse dividido entre eles. Tudo por culpa do senhor Armando Marques
Ficha Técnica
PORTUGUESA 0 x 0 SANTOS
Data: 26/08/1973
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Armando Marques
Público Pagante: 116.156 (recorde paulista na época)
Renda: Cr$ 1.502.255
PORTUGUESA: Zecão; Cardoso, Pescuma, Calegari e Isidoro; Badeco, Basílio e Xaxá; Enéas (Tatá), Cabinho e Wilsinho - Técnico: Oto Glória.
SANTOS: Cejas; Zé Carlos, Carlos Alberto, Vicente e Turcão; Clodoaldo, Léo e Jair (Brecha); Eusébio, Pelé e Edu - Técnico: Pepe.
* Fonte: Blog da Vila Belmiro e Globo Esporte.com.
Roubaram a Lusa como sempre!
ResponderExcluirE o gol legitimo do cabinho? roubam a Portuguesa até nas imagens?
ResponderExcluirNão existe imagens do gol do Cabinho. Mas o texto cita isto! Abraços!
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