A equipe campeã do Torneio Rio-São Paulo de 1952
O Torneio Rio-São Paulo teve a sua primeira edição disputada em 1933, com o Palestra Itália conquistando a taça. A segunda, em 1940, não foi finalizada. Nos anos 50, a competição se tornou a mais importante do país e aqui vamos abordar o campeonato de 1952, que foi conquistado pela Portuguesa de Desportos.
Depois de conquistar os títulos estaduais de 1935/1936, a Lusa entrou em um período sem conquistas. A história começou a mudar em 1951, com a chegada do técnico Oswaldo Brandão. O experiente comandante, em conjunto com a diretoria do clube, começou a montar um belo esquadrão, que se tornou um dos melhores do país na primeira metade daquela década.
Djalma Santos era um dos pilares da equipe
A zaga era composta pelos mais experientes do grupo, Nena (ex-Internacional) e Noronha, ídolo do Grêmio dos anos 30 e do São Paulo da década de 40. No gol, Muca era o “arqueiro do treinador”, pois foi o próprio Oswaldo Brandão que o buscou em terras paranaenses. Do meio de campo para frente, a Portuguesa era o mais puro show com craques fabulosos, a começar pela cria da casa na direita, Djalma Santos, o mesmo que anos depois se consagraria como um dos melhores laterais-direitos da história do futebol mundial.
No meio, Brandãozinho seria o responsável por articular as jogadas e dar passes precisos para a linha de frente do time, além de ajudar na marcação. Ao lado dele, pela esquerda, Otacílio Henrique do Amparo, o Ceci, apoiava o ataque muito bem e dava suporte para a defesa. Na frente, pura virtuose, talento e velocidade com o ponta-direita Julinho Botelho, um craque maiúsculo que marcava gols, dava gols e abusava dos dribles e jogadas de efeito. Além dele, brilhavam o meia-direita Renato, desde 1945 na equipe, Nininho, centroavante de ofício do time, Pinga, meia-esquerda muito habilidoso e mais fazedor de gols que o próprio Nininho, e Simão, ponta-esquerda que levava muito perigo aos adversários com seus poderosos chutes em cobranças de falta e também de fora da área. Com algumas variações nos anos seguintes e a entrada de um ou outro jogador, esse foi o time da Portuguesa que começaria já em 1951 a escrever uma rica e inesquecível história.
Era uma grande equipe
Em 1952, a Portuguesa começou a temporada com foco total na disputa do Torneio Rio-São Paulo, uma das competições mais importantes do país na época. A equipe estreou com o pé esquerdo, com uma derrota por 4 a 2 para o Fluminense, em 2 de fevereiro, mas depois embalou e foi com tudo rumo ao título inédito. Os comandados do técnico Jim Lopes venceram Palmeiras (3 a 2), Flamengo (2 a 0), Santos (5 a 1), Corinthians (3 a 2), Bangu (5 a 1) e Botafogo (2 a 1). A única derrota nessa sequencia foi para o São Paulo por 3 a 2.
Na última rodada, Fluminense, Vasco, além da própria Lusa chegaram à última rodada com lances de título. O Tricolor do Rio precisava apenas uma vitória contra o Corinthians, em São Paulo, mas acabou derrotado. Como Vasco e Portuguesa empataram em 1 a 1 no Rio de Janeiro, as duas equipes tiveram que fazer dois jogos extras para definir o campeão, já que ambas terminaram a competição empatadas em 11 pontos.
Disputa de cara e coroa na final
No primeiro embate, no Pacaembu, a Portuguesa goleou os cariocas por 4 a 2, com dois gols de Nininho, um de Pinga e outro de Julinho. No segundo jogo, no Rio, em 19 de junho de 1952, empate em 2 a 2 que garantiu o título para a Lusa. Era a coroação de uma equipe talentosa e que era o mais puro primor em campo, com a genialidade de Djalma Santos, Julinho, Brandãozinho e Cia.
Logo em seguida, Oswaldo Brandão deixou a Lusa, indo para o Corinthians. Porém, em 1955, a Portuguesa repetiu a dose no torneio, conquistando o seu segundo e último título na competição, com a mesma base da primeira taça.
* Com informações do Imortais do Futebol.
A Lusa era uma seleção.
ResponderExcluirA Lusa era uma seleção.
ResponderExcluir