Adhemar comemora o gol no Maracanã
Os problemas na Justiça Comum envolvendo o Gama fizeram com que o Campeonato Brasileiro não fosse disputado no ano 2000. Para burlar isto, os clubes organizaram a Copa João Havelange, no segundo semestre. O regulamento da competição lembrava os Brasileirões dos anos 70 e primeira metade da década de 80, com 117 clubes, divididos em módulos, como se fossem divisões diferentes. Porém, todos tinham chances de ser campeão.
Quatro times dos módulos inferiores puderam disputar a fase final junto com os 12 clubes da série principal. Eram eles: Paraná Clube, São Caetano, Remo e Malutrom. O São Caetano, equipe do ABC Paulista que havia conquistado a Série A-2 estadual no primeiro semestre, encararia o Fluminense, terceiro colocado do Módulo Azul, o principal da competição, pelas oitavas-de-final. Era nesse momento que a equipe de Adhemar e companhia apareceria para o cenário nacional.
No primeiro jogo, realizado no Parque Antártica, no dia 23 de novembro, o Fluminense abriu 2 a 0, com gols de Magno Alves e Roger. Porém, jogando na base da velocidade, o Azulão virou a partida com Adhemar, Ailton e Serginho. No final, o Tricolor buscou o empate, com o centroavante Agnaldo. Para se classificar, o São Caetano precisava vencer o jogo de volta, no Rio de Janeiro.
O chute de Adhemar que Murilo aceitou
No dia 26, Fluminense e São Caetano entravam no gramado do Maracanã para decidir uma vaga nas quartas-de-final da Copa João Havelange. Mais de 60 mil tricolores estavam no estádio para empurrar sua equipe rumo à classificação.
Porém, sem sentir a pressão do Maracanã cheio, o São Caetano fez um belo primeiro tempo, onde teve maior posse de bola e as melhores chances. O Fluminense, que não esperava a postura da equipe paulista, demorou para se recuperar na partida. O Azulão chegou a marcar com Vágner, mas o trio de arbitragem, comandado por Carlos Eugênio Simon, anulou o gol legal marcando impedimento.
No segundo tempo, o cenário mudou. O Tricolor passou a atacar mais, acuando o Azulão. Parecia que era questão de tempo o gol do Fluminense. Mas, aos 27 minutos, uma cobrança de falta mudou todo o panorama.
A cobrança era de longe, bem longe. Seria uma irresponsabilidade cobrar uma falta direta daquela distância, pensava quem não conhecia as divisões de acesso do futebol paulista. Mas quem tinha acompanhado a A2 daquele ano, sabia que o Azulão tinha um atacante de chute potente. Sim, era ele, Adhemar.
Pois bem, Adhemar desferiu um chute potente e venenoso, e acertou o ângulo do goleiro Murilo! O placar registrava 1 a 0 para o São Caetano. O Fluminense sentiu o golpe, não conseguia impor o seu ritmo e, com isso, o Azulão garantiu sua vaga nas quartas e o Maracanã ficou azul.
Reportagem sobre a partida
Depois desse dia, todos começaram a prestar atenção na equipe do ABC, que não se fez de rogado e eliminou Palmeiras, Grêmio e, por muito pouco, não conquistou o título em cima do Vasco. No ano seguinte, outro vice-campeonato nacional e em 2002, outra final perdida, mas desta vez da Libertadores da América. É, o São Caetano assustou muita gente no início do milênio.
Ficha Técnica
Fluminense 0 x 1 São Caetano
Data: 26/11/2000
Local: Maracanã
Público: 56.504 pessoas
Gol: Adhemar (São Caetano), aos 27 do segundo tempo.
Fluminense: Murilo; Cezar, Régis e Jorge Luís (Asprilla); Paulo César, Fabinho, Marcão, Roger (Fernando Diniz) e Jorginho; Roni (Agnaldo) e Magno Alves - Técnico: Valdir Espinoza.
São Caetano: Silvio Luiz; Japinha (Nelsinho), Daniel, Serginho e Cesar; Claudecir (Marcão), Adãozinho, Ailton (Zinho) e Esquerdinha; Adhemar e Vágner - Técnico: Jair Picerni.
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