Eto'o jogou pelos dois times
O Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, foi palco de uma grande festa. O clássico da cidade entre Comercial e Botafogo da noite desta terça-feira, dia 22, não foi especial apenas pela rivalidade entre as duas equipes. O craque camaronês Samuel Eto'o participou do espetáculo, jogando pelos dois times e marcando três gols.
A proposta do jogo saiu da rede social Twitter. Os torcedores de ambas as equipes votaram através do site por qual time Eto'o jogaria por mais tempo. Como o Botafogo foi o grande vencedor da enquete, o camaronês jogou 50 minutos pela equipe. Já o Comercial teve o craque jogando os 40 minutos iniciais pelo seu time.
Para abrilhantar ainda mais a festa, as duas equipes contaram com ex-atletas que brilharam nas equipes de Ribeirão Preto. O Fogo foi reforçado por Raí, Marco Antônio Boiadeiro e o centroavante Lucas. Já o Bafo teve as presenças de Vágner Mancini, Mauricinho e Rogerinho. Ambos os times tiveram como base jogadores da categoria sub-20, que disputarão a Copa São Paulo.
A chamada para a partida
A partida começou elétrica. Pelo Bafo, Eto'o mostrava bastante disposição. Já pelo Botafogo, Raí, que jogava com a camisa 100, pois completava este número de jogos pelo clube, comandava a molecada. O primeiro gol saiu aos 18 minutos: na lateral esquerda, Túlio Souza tentou cruzamento e acabou encobrindo o goleiro Cezar, que foi enganado pela trajetória da bola. Golaço para animar a torcida tricolor no estádio Santa Cruz.
A partida seguiu com grande destaque para os veteranos em campo. Raí, aos 50 anos, deu linda enfiada de bola para Giovanni, que tentou por cobertura e por pouco não marcou um golaço. Já Vágner Mancini, hoje treinador do Vitória, esbanjou disposição e muitas vezes deixou garotos com metade de sua idade "comendo poeira" com suas arrancadas.
Em um dos lances de Mancini, aliás, saiu o empate comercialino: aos 39 minutos, o treinador tabelou com o camaronês, que saiu cara a cara com o goleiro Thales e não deu chances para o jovem arqueiro: chute forte, seco, lá dentro, para festa da torcida alvinegra. Curiosamente, esse foi o último lance de Eto'o pelo Bafo. Logo em seguida, ele vestiu a camisa do Botafogo.
Raí homenageando o irmão
(foto: Thiago Calil / Agência Botafogo)
No segundo tempo, uma surpresa: Raí trocou a camisa 100 pela a de número 8, em uma belíssima homenagem ao seu irmão Sócrates, o maior ídolo da história do Botafogo. O retorno para o segundo tempo trouxe uma versão mais “garçom” do astro, que deu assistência para o camisa 10 Léo Coca bombardear a meta de Cezar. O goleiro até encostou na bola, que ainda acabou carimbando a trave. Melhor para o Comercial, que desceu em contra-ataque e viu Gaspar virar o jogo após cabeceio de Acleisson. Muita festa do time que já não teria mais o africano a seu favor.
Na marca dos 26 minutos, porém, Eto'o voltou a assustar. Desta vez, em cobrança de falta muito bem batida e defendida por Cezar. Em seguida, porém, Léo Messi foi "derrubado" por Souza dentro da área, em lance claramente forçado pelo árbitro Sálvio Spindola, que se divertia. Com muita tranquilidade, o astro tocou no canto direito do goleiro e saiu para o abraço.
Quase colocando água no chope camaronês, aos 34 minutos, Acleisson bateu falta com excelência de fora da área e balançou a rede com muito estilo, surpreendentemente provando o Comercial melhor sem Eto'o. Superior com a camisa do Botafogo, o craque ainda viria a marcar mais uma vez, após belo lançamento de Boiadeiro, que o consagrou como o maior goleador da noite.
A festa foi bonita, mas o que decepcionou um pouco foi o público: ao todo, foram 3.179 torcedores presentes, com uma renda de R$ 53.535,00. Uma pena, pois foi uma oportunidade única de ver um craque como Eto'o em campo.
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