* com fotos e informações de Guillermo Coello
Muita festa nas arquibancadas do Centenario
Montevidéu amanheceu neste domingo com 'olhos' para apenas um lugar: o Parque Battle, mais precisamente o Estadio Centenario. Hoje era dia do 523º jogo entre o Nacional e o Peñarol, o maior clássico do futebol uruguaio. É uma partida que movimenta não só a capital, mas como todo país. Pesquisas apontam que praticamente 90% dos uruguaios são carboneros ou bolsos, apelidos de Peñarol e Nacional, respectivamente.
E este jogo era importante: o vencedor ficaria na frente na classificação do Torneio Apertura do Campeonato local. O Peñarol vem de um bom momento no campeonato e liderava a competição com 25 pontos. Já o Nacional não vencia a duas rodadas, mas, mesmo assim, estava em segundo na tabela, com 23 pontos.
Por isso, todos os caminhos hoje levavam os torcedores para o místico estádio, aquele que sediou a final da primeira Copa do Mundo, ganha pelos próprios uruguaios. E por volta das 14 horas do horário local, 15 horas no Brasil, eles começaram a chegar por lá. Uma parte vestia azul, vermelho e branco do tricolor Nacional. Outros, preto e amarelo do aurinegro Peñarol. Era uma festa bonita.
Por baixo do painel em homenagem a Recoba
O mando de jogo era do Nacional, mas o Centenario estava dividido meio a meio, como era os clássicos no Brasil até os anos 90. Festa linda, papel picado, vários cânticos dos dois lados e uma linda homenagem: a torcida do Bolso fez um grande painel para Álvaro 'El Chino' Recoba, ídolo tricolor que se aposentou recentemente.
A partida marcava também outro dado histórico: era o primeiro clássico em jogo oficial do ídolo uruguaio Diego Forlan. Contratado recentemente pelo Peñarol, o craque nunca tinha jogado o importante confronto, já que saiu cedo do Uruguai para a Europa.
Vamos ao jogo: a 'peleja' começou equilibrada, muito pegada (o que é comum na história do clássico) e com muita correria. Aos poucos, o Peñarol começoua ter o domínio de bola e chegou a ter três chances claras para abrir o marcador, sendo duas delas com Forlan. Mas em todas elas, o goleiro do Nacional, Conde, um dos melhores da partida, foi muito bem.
Comemoração do gol do Nacional
O Nacional se arriscava nos contra-ataques e, em um deles, abriu o marcador aos 43 minutos. Em jogada rápida pela esquerda, Romero recebeu o passe e tentou uma enfiada de bola, que foi cortada pela defesa carbonera. Porém, a 'pelota' sobrou para ele mesmo, que acertou um belo chute de fora da área, sem chance para o goleiro Guruceaga. Nacional 1 a 0. E a partida foi para o intervalo com vitória do Bolso.
No segundo tempo, o Peñarol continuou com maior posse de bola. Porém, sentindo a pressão de ter que, ao menos, empatar o jogo para continuar na liderança, não conseguia transformar a posse de bola em chances de gol. Já o Nacional desperdiçava vários conttra-ataques, que poderiam ter deixado o Bolso em maior vantagem no placar.
Mesmo desperdiçando as chances, o Nacional dominava o segundo tempo e parecia que a vitória tricolor era certa. Porém, quando o Peñarol parecia morto, o empate surgiu. Diego Forlan bateu uma falta na intermediária, a defesa do Nacional afastou mal e Aguirregaray, de cabeça, aos 34 minutos, igualou o marcador: 1 a 1.
As bandeiras tremulando
No final, o Nacional foi para a pressão, atrás da vitória a qualquer custo. Mas o Peñarol conseguiu segurar o empate, que o garante na liderança da competição. Faltando três rodadas para o fim do Apertura, o Carbonero tem 26 pontos e o Bolso 24.
A partida foi transmitida, ao vivo, no Brasil, na ESPN. Aliás, Paulo Andrade, na narração, e Gustavo Hofman, nos comentários, fizeram um ótimo trabalho, com diversas informações e com muita interatividade com os telespectadores. Inclusive, citaram o twitter de O Curioso do Futebol, explicando que Nacional e Peñarol fazem o clássico mais antigo do mundo, fora as partidas britânicas.
Mas o clássico acabou sendo uma grande festa. Não houve grandes brigas nas arquibancadas do Centenario. Houve sim muitos cânticos, muitas bandeiras e 'trapos' tremulando e muita raça dentro de campo. Aliás, é assim que os jogos no Uruguai são!
Ficha Técnica
Nacional 1 x 1 Peñarol
Local: Estádio Centenario, Montevidéu - Uruguai
Árbitro: Andrés Cunha
Assistentes: Nicolás Tarán e Carlos Pastorino
Cartões Amarelos: Forlán, Nandez (Peñarol) e Abero (Nacional).
Gols: 43' 1T Romero (Nacional) e 34' 2T Aguirregaray (Peñarol).
Nacional: E. Conde; J. Fucile, S. Gorga, D. Polenta e A. Espino; S. Romero (L. Barcia), S. Eguren, G. Porras e M. Abero (M. Cabrera); I. Alonso e S. Fernandez (R.Amaral) - Técnico: G. Munúa.
Peñarol: G. Guruceaga; M. Aguirregaray, C. Valdez, G. Rodríguez e E. Mac Eachen; N. Nández, S. Píriz (N. Albarracín), L. Aguiar e D. Forlán; M. Zalayeta (C. Luque) e D. Ifrán (M. Novick) - Técnico: P. Bengoechea.
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