Amanhã é dia do Superclássico Uruguaio

O clássico é esperado por todos os uruguaios

Neste domingo, a cidade de Montevidéu, a capital uruguaia, vai parar. O Místico Estádio Centenário será sede mais mais um Nacional e Peñarol, o superclássico charruá, que envolve os dois clubes que praticamente dividem entre si os torcedores do país. Para se ter uma ideia de quanto é importante esta partida, Bolso e Carbonero fazem o clássico mais antigo do mundo, tirando os jogos de futebol britânicos.

Mas, para contar a história deste Superclássico, que já foi até embate de semifinal de Libertadores, em 1962, com vantagem para o Peñarol, é preciso explicar as teses de fundação do Peñarol, que é motivo de muita discussão entre os torcedores rivais. Até porque isto define até quem é o clube que tem mais títulos uruguaios.

Em 28 de setembro de 1891, foi fundado o Central Uruguaya Railway Cricket Club ou, simplesmente, CURCC. A agremiação aurinegra foi criada para os funcionários da empresa de trens do Uruguai e, no início, o clube foi criado para a prática de críquete. Anos depois é que foi montado o departamento de futebol. Em 15 de julho de 1900, o CURCC enfrentou o Nacional e venceu por 2 a 0.

Entre 1900 e 1913, CURCC e Nacional se enfrentaram 55 vezes, sendo 23 vitórias do clube aurinegro, 20 do Bolso e 12 empates. O CURCC marcou 78 gols e o Nacional 65. Mas em 1913 é que entra a polêmica.

Há uma tese, defendida pelos torcedores do Peñarol, que a empresa que controlava as linhas de trens não iria atrelar mais seu nome ao clube e, em uma assembléia, os membros da agremiação decidiram continuar as atividades, apenas adotando o nome do bairro onde o mesmo foi criado. Assim, o CURCC virava Clube Atlético Peñarol.

Os nervos ficam a 'flor da pele'

A segunda tese, defendida pelos torcedores do Nacional, é de que o CURCC, em 1913, ameaçou a acabar com o departamento de futebol e alguns membros da agremiação, que eram ligados à empresa de trens, fundaram um novo clube, com o nome do bairro, Peñarol.

Os adeptos da segunda tese alegam que em 11 de abril de 1914, o CURCC teria jogado um amistoso em Santana do Livramento (RS), contra um combinado local e o Peñarol jogou contra o Universal, em Montevidéu. Além disso, a AUF teria sido instada a declarar-se sobre os registros de desfiliação do CURCC, que datariam de 1915 (períodos em que o Peñarol já existia, o que provaria que se tratavam de duas associações distintas).

Agora vem o motivo da discussão. Com os títulos do CURCC, o placar de conquistas do Campeonato Uruguaio fica 47 a 45 para o Peñarol. Se não contar as taças da agremiação da empresa de trens, a contagem fica 45 a 42, só que para o Nacional.

Mas voltamos ao retrospecto do clássico. Entre 1913 até hoje, são 467 jogos, com 161 vitórias dos Carboneros, 114 do Bolso e 122 empates. O Peñarol marcou 585 gols e o Nacional 564. No confronto direto entre os rivais, o Peñarol leva vantagem, contando ou não com a fase do CURCC, diferentemente no número de títulos.

No total, são 522 jogos, com 184 vitórias do Peñarol junto com o CURCC, 173 do Nacional e 165 empates. 663 gols dos Carboneros e 629 do Bolso. O maior artilheiro do confronto é o argentino Atílio Garcia, ídolo do Nacional, que inclusive dá nome a um dos lances de arquibancada do Gran Parque Central, com 35 gols.

É uma partida de muitas emoções

A maior goleada é do Nacional. Um 6 a 0 em 14 de dezembro de 1941. O máximo que o Peñarol conseguiu foi 5 a 0 em duas oportunidades: em 25 de outubro de 1953 e 27 de abril de 2014. O jogo com mais gols foi CURCC 7 a 3, em 1º de novembro de 1911.

A última decisão entre as duas equipes aconteceu neste ano. Em 14 de junho, o Nacional venceu o Peñarol por 3 a 2 e conquistou o título, com protestos da torcida carbonera. O relato desta partida, feito pelos irmãos Joel e Rossina Cuevasanta pode ser conferida em O Curioso do Futebol.

E amanhã, mais uma vez estes dois rivais entraram em campo para disputar este grande clássico, que como você pode conferir, tem muita história. E quem quiser assistir Nacional e Peñarol por aqui, a ESPN Brasil promete transmitir o Superclássico, ao vivo, a partir das 17 horas. Não percam!
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