* por Lucas Paes
Gabriel comemora o primeiro gol da partida
O São Paulo teve incontáveis chances, jogou melhor durante a maior parte do primeiro tempo, mas em 10 minutos parece ter perdido a classificação. Foi neste momento em que o Santos teve domínio e poderia até ter feito o quarto. Com todos estes nuances, os alvinegros escreveram no início da madrugada de quinta, no Morumbi, um típico roteiro de equipe copeira.
Houve apagão com menos de um minuto de partida, houve temporal, houve de tudo. Foram mais de 20 minutos para o restabelecimento da iluminação no Estádio Cícero Pompeu de Toledo. Durante o jogo, como já destacado, o São Paulo foi mais incisivo durante a maior parte do tempo, porém pecava na pontaria dos atacantes, em desvios de poças de água, em pernas de jogadores do Santos, pecava na própria sorte. Sorte essa que parece sobrar ao alvinegro praiano.
No primeiro tempo, o São Paulo pressionava e engolia o Santos, oferecendo perigo à meta alvinegra em diversos momentos, principalmente em bolas aéreas. Porém, para o Santos foi preciso um lance: um contra ataque encaixado e Gabigol colocou o peixe à frente no placar. A pressão são-paulina funcionou e, com um belo gol de Pato após excelente lançamento de Michel Bastos, o Tricolor empatou.
Luís Fabiano tentou
No segundo tempo, o Santos precisou de apenas 5 minutos para desmontar qualquer ideia montada pelo treinador Doriva no intervalo. Começando melhor, logo a 1 minuto, o Peixe fez o segundo, com o artilheiro Ricardo Oliveira. Pouco depois, Lucas Lima encaixou a bola na cabeça de Marquinhos Gabriel, que marcou o terceiro. Elétrico, o Peixe poderia ter feito o quarto, caso o empurrão sofrido por Lucas Lima tivesse culminado em pênalti antes dos 10 minutos.
Depois disso, o São Paulo jogou infinitas bolas na área, causando a sensação de que mesmo se o jogo rolasse até as 2 da manhã, nada mudaria no Morumbi, pois o roteiro estava terminado, as cortinas já haviam se fechado e o primeiro ato terminava com final comum nos últimos 15 anos do espetáculo: passam os anos, mudam os atores, mas o final parece sempre o mesmo.
Ao que parece, este Santos adquiriu um espírito, uma aura copeira e este fato não vem de hoje. Na Copa do Brasil, desde a chegada de Dorival Júnior, o Santos tem feito partidas com amplo domínio sobre seus adversários jogando em seus domínios, seja na Vila Belmiro como no Pacaembu, e consegue bons resultados fora de casa. Fora o confronto contra o Sport, em que o Peixe precisou reverter o resultado, o Santos se impôs fora de casa contra Corinthians e Figueirense. E isto não acontece no Brasileirão, onde o Alvinegro só venceu uma partida fora, contra o Cruzeiro.
Marquinhos Gabriel e Ganso disputam a bola
A julgar pelo desempenho muito bom em casa, é difícil imaginar que o Santos perca a classificação semana que vem, na Vila Belmiro, e o horizonte se mostra muito brilhante para um time que começou o ano numa crise e fez muitos pensarem em lutar contra a Série B. Pois hoje, o Peixe é forte candidato à vaga na Libertadores, seja pela Copa do Brasil ou pelo próprio Brasileirão.
Ao São Paulo resta tentar juntar os cacos, mas o menor problema é o time dentro de campo. O Tricolor precisa consertar seus enormes problemas políticos internos para voltar a ser um clube forte, como sempre foi. Mesmo com lampejos, este São Paulo está longe de ser o time que era acostumado estar na Copa Libertadores e temido em todos os cantos da América do Sul.
Lance do gol de Ricardo Oliveira
Apenas o tempo dirá qual será o resultado final deste momento copeiro do Santos. Mas parece que Dorival Júnior, como sempre destaca o jornalista Ademir Quintino, nasceu para treinar o Santos e colhe bons frutos, o que não era esperado em um ano no qual o ambiente de Vila Belmiro quase explodiu, como tem acontecido no Morumbi.
Ainda há um segundo jogo na Vila, mas é muito difícil pensar que o São Paulo tenha condições de golear o Santos dentro do alçapão. O Alvinegro não sofre goleadas na Vila desde 2008, quando levou 4 a 0 para o Goiás, com um time marcado pela quase queda à segunda divisão. Mas, para todos os efeitos, limitando-se a este primeiro jogo, o Peixe é hoje um time copeiro, com um pé e meio na final da Copa do Brasil. O primeiro ato da peça Semifinal terminou e não deixa nenhuma pista de que o final do segundo seja diferente desta vez.
Nota do editor: Este jogo é um exemplo claro de que as partidas devem começar antes das 22 horas. Por causa da falta de luz no início do jogo, muitos torcedores ficaram sem transporte público para voltar para suas residências devido ao horário em que o evento terminou.
Nota do editor: Este jogo é um exemplo claro de que as partidas devem começar antes das 22 horas. Por causa da falta de luz no início do jogo, muitos torcedores ficaram sem transporte público para voltar para suas residências devido ao horário em que o evento terminou.
* Lucas Paes é santista e estudante de jornalismo.
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