Max durante o show depois da conquista do Tetra pela Seleção Brasileira
O ano de 1994 foi um dos melhores da carreira do Sepultura, a maior banda brasileira de metal de todos os tempos. Em turnê de divulgação do álbum Chaos A.D., a banda nunca tinha tocado tantas vezes na vida quanto naquele período. Não era o momento do metal. Poucas as bandas do estilo cresceram nos anos 90. Uma delas foi o Sepultura.
No meio de 1994, a agenda da banda estava lotada. O Sepultura tocaria no famoso Monsters Of Rock, no autódromo de Donnington Park, na Inglatera, o mesmo que, um ano antes, Ayrton Senna fez uma das suas melhores provas de sua carreira. Depois, a banda sairia em turnê pelos Estados Unidos junto com Pantera e Bioharzard.
Os shows vinham sendo um sucesso. Três dos maiores nomes da cena metal/punk no palco. Além disso, as três bandas eram amigas. "Saíamos juntos para beber e farrear, era um clima muito legal, parecia férias", contra Paulo Junior. Esse clima descontraído resultou em várias jams e participações especiais: todas as noites, Biohazard e Pantera subiam no palco durante o show do Sepultura para tocar “Kaiowas”. Andréas, por sua vez, tocava “Walk” com o Pantera.
A turnê coincidiu com a Copa do Mundo de Futebol, que era realizada nos Estados Unidos. A final, marcada para o dia 17 de julho no estádio Rose Bowl, em Pasadena, cidade localizada na grande Los Angeles. Tanto que a sede oficial era a famosa cidade californiana.
Andreas sendo 'enfeitado' para o jogo
Por sorte, a turnê do Sepultura marcava para o mesmo dia um show em Laguna Hills, localizada a cerca de 200 km de Los Angeles. Os quatro membros da banda, Andreas Kisser, Paulo Junior, Max e Igor Cavalera, fanáticos por futebol, ficaram afim de ver a partida. Ainda mais depois da confirmação do Brasil na final da Copa.
Como a partida estava marcada para às 12h30 no horário local, os quatro músicos e os roadies da banda não teriam problema em ver a partida, comemorar em caso de vitória do Brasil, viajar 200 km e tocar à noite para os fãs em Irvine. E assim, eles foram para a partida.
Os ingressos foram obtidos através de cambistas, a US$ 350, e amigos, colocaram os músicos bem atrás do gol onde seriam batidos os decisivos pênaltis. Mas, o que poucos sabem e foi revelado no livro "Sepultura: Toda a História", de André Barcinski e Silvio Gomes, é que eles fizeram uma baita festa durante o jogo.
No dia da final entre Brasil e Itália, banda e roadies
foram ao estádio Rose Bowl vestindo camisas da seleção brasileira e com os rostos pintados de verde e
amarelo e improvisaram um
pagode com peças da bateria de Igor. Depois da vitória, foram direto para
Laguna Hills, onde seria o concerto na mesma noite.
O Sepultura em 1994: fase áurea
O
show foi uma festa: até Phil Anselmo, vocalista do Pantera, entrou na onda e se
apresentou vestido de Romário. Eddie, então roadie de Igor, lembra: “Todo mundo
estava bêbado, nem me lembro direito do que fizemos. Só sei que entramos várias
vezes no meio do show do Pantera com bandeiras do Brasil, foi uma zona
inacreditável”. Andréas recorda: “Que dia! Primeiro o jogo, com a adrenalina a
mil; depois fomos pro show, todo mundo maluco, bebendo e se abraçando. Foi um
dia muito especial”.
Como o futebol não era muito popular nos Estados Unidos na época, mesmo com o mundial sendo realizado no país, algumas pessoas do público ficaram sem entender, mas entraram na onda. A festa foi grane e, até hoje, este é considerado um dos momentos memoráveis da carreira, de acordo com todos os membros do grupo.
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