Pelé antes de chegar ao Santos

Pelé na Escola

Hoje é um dia especial para o futebol. Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, completa mais um ano de vida. O Curioso do Futebol, aproveitando a data, relembra a história dele antes de chegar ao Santos Futebol Clube, onde fez fama.

Edson Arantes do Nascimento nasceu em Três Corações, no estado de Minas Gerais, em 23 de outubro de 1940. Filho de dona Celeste Arantes e de João Ramos do Nascimento, o Dondinho, conhecido jogador de futebol no interior mineiro.

Ainda criança, Edson manifestou a vontade de ser futebolista. Por ironia do destino, o apelido 'Pelé', que virou marca mundialmente famosa, teve origem em um goleiro. Em 1943, Dondinho jogava no time mineiro do São Lourenço. O pequeno Edson, que tinha apenas 3 anos, ficou impressionado com as defesas do arqueiro do time do pai, que se chamava Bilé.

Pelé e Zoca, seu irmão

Quando Edson brincava de goleiro, gritava: "Defende Bilé". As pessoas mais próximas começaram a chamá-lo de Bilé. Porém, como era pequeno e seus amigos também, eles tinham dificuldades de pronunciar Bilé e, com o tempo, o apelido virou Pelé.

Em 1945, Dondinho foi jogar no Bauru Atlético Clube (BAC). Portanto, Pelé e toda a família mudaram para a cidade do interior de São Paulo. Foi em Bauru onde o Atleta do Século passou a encarar o futebol com um pouco mais de seriedade.

Com onze anos, Pelé jogava em um time infanto-juvenil chamado Canto do Rio, cuja idade mínima para participar era de treze anos. O pai então o estimulou a montar o seu próprio timeo Sete de Setembro. Para adquirir material, como bolas e uniformes, os garotos do time chegaram a furtar produtos nos vagões estacionados da Estrada de Ferro Noroeste (que por outra ironia do destino, era o mantenedor do rival do BAC, o Noroeste), principalmente amendoim, para vender em entrada de cinema e praças.

Pelé no Ameriquinha

Posteriormente, Pelé teria uma passagem pelo Ameriquinha da cidade, onde vestiria suas primeiras chuteiras e ganharia seu primeiro título, em 1952: o infantil de Bauru. Depois, viria a jogar no Baquinho, como era carinhosamente chamada a equipe da base do BAC. O clube foi a maior referência de sua juventude. O BAC, onde Dondinho jogou, mandava os seus jogos na rua Rio Branco, onde hoje foi construído um hipermercado.

O convite para jogar no Baquinho partiu do Antoninho "Bigode", que oferecia até emprego para os jogadores. Foi Antoninho, ainda, quem dirigiu o primeiro treino do time. Depois, o Waldemar de Brito, famoso jogador do passado e técnico dos profissionais, passou a treinar a equipe.

No Baquinho, o segundo agachado

Waldemar de Brito viu em Pelé uma joia rara e a fama do garoto bom de bola começou a aparecer. O Bangu fez uma excursão pela região de Bauru e ao saber do atleta o quis levar para o Rio, mas dona Celeste, mãe de Pelé, não deixou o garoto ir, pois a capital carioca era grande e perigosa para o menino que só havia morado no interior.

Pelé, com 14 anos, chegou a treinar no time principal do Noroeste. Quando Waldemar de Brito soube, ficou doido da vida. Tinha medo que no Noroeste, não respeitassem o garoto e o quebrassem. O ex-craque e treinador já pensava para onde ia mandá-lo. O Santos FC.

Passagem pelo Noroeste. É o terceiro agachado

Waldemar, Dondinho, Pelé e seus irmãos ficaram uma madrugada inteira para convencer dona Celeste a deixar o garoto, então com 15 anos, a ir para Santos. A mãe do Rei não queria deixá-lo. Porém, com muita paciência, dona Celeste foi demovida da ideia e Pelé pôde ir para a cidade litorânea.

No Santos, chegou até a receber um outro apelido, Gasolina, e era chamado assim quando jogava no amador e nas primeiras partidas do time principal do Peixe. Porém, foi como Pelé que fez fama no mundo inteiro.
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