Dida pegando dois pênaltis de Raí no mesmo jogo

Dida pegando pênalti. Cena comum naquele dia

Dia 28 de novembro de 1999. Corinthians e São Paulo entravam no gramado do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, para o primeiro dos três jogos da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano. Era um badalado clássico que definiria quem estaria na final da competição.

As equipes vinham de retrospectos distintos naquele Brasileirão. O Corinthians, que já havia conquistado a taça no ano anterior, tinha liderado a competição praticamente desde a primeira rodada. A equipe do técnico Oswaldo de Oliveira estava entrosada e era o grande favorito naquele embate e também para o título.

O primeiro pênalti

Já o São Paulo só conseguiu a vaga nos play-offs depois de muito sufoco. O clube perdeu pontos na competição devido ao caso Sandro Hiroshi (descobriu-se que o jogador atuava com documentação falsa, com idade adulterada) e uma arrancada do time do técnico Paulo Cesar Carpegiani no final da primeira fase é que colocou o Tricolor entre os oito melhores.

No primeiro mata-mata, os times da capital enfrentaram os tradicionais campineiros. Enquanto o Corinthians eliminou o Guarani, o São Paulo passou sufoco, mas venceu a Ponte Preta.

Então viria o primeiro jogo. O Corinthians tomou a iniciativa e foi para cima do São Paulo. E não demorou muito para que Nenê abrisse o placar para o Timão. O Alvinegro dominava a partida, mas em um lance despretensioso, o Tricolor empatou com o ídolo Raí.

A comemoração com o goleiro

Mas o Corinthians não se abateu, continuou em cima do São Paulo e conseguiu marcar o segundo com Ricardinho, após lançamento de Marcelinho Carioca. Mas, ainda no primeiro tempo, o São Paulo voltou a empatar com Edmilson.

Foi um dos melhores 45 minutos iniciais de todo o Brasileirão daquele ano. O futebol jogado por ambas as equipes era de alto nível e qualquer um poderia sair com a vitória. O empate, até aquele momento, era justo.

Logo no início da segunda etapa, Edilson arrancou pela esquerda, driblou Wilson e, quando estava prestes a finalizar, foi agarrado. Pênalti, que Marcelinho bateu e recolocou o Corinthians na frente, 3 a 2. O São Paulo foi para cima tentando buscar, novamente, o empate. até que aos 18, Fabiano recebeu na ponta e cruzou. A bola explodiu na mão do zagueiro Nenê e o árbitro não teve dúvidas e assinalou pênalti pro Tricolor.

Raí, após atingir, sem querer, Dida

Raí, que fazia bom jogo e era o grande líder daquele time são-paulino, assumiu a responsabilidade, pegou a bola e foi cobrar a penalidade. Debaixo das traves estava Dida. Confiante, o camisa 10 tricolor bateu no canto esquerdo do goleiro que voou e efetuou bela defesa. A metade alvinegra do estádio comemorou como se fosse outro gol. Dida sequer esboçou reação.

O São Paulo continuou em cima, tentando o empate. Teve várias chances desperdiçadas até que aos 45 minutos, Jacques recebeu de Edmilson e, de calcanhar, deixou Carlos Miguel livre para marcar. Ao preparar o chute, o meia foi calçado pelo lateral Kleber. Outro pênalti que trouxe rumos dramáticos para a partida.

Vídeo das duas penalidades

Raí não fugiu da responsabilidade e, novamente, pegou a bola para bater. No gol, estava ele, Dida. O Morumbi ficou em silêncio. Aquele lance definiria a partida. Raí bateu forte, no canto direito e o goleiro corintiano defendeu novamente. A Fiel comemorou como se fosse um golaço. Dida ainda encaixou a bola e sofreu um pisão de Raí, sem querer, no joelho.

Dida foi substituído, mas já tinha feito história. O Corinthians saía na frente naquela semifinal. Na segunda partida, o Corinthians venceu novamente, por 2 a 1, eliminando a necessidade do terceiro embate. O Timão foi o campeão brasileiro ao bater o Atlético Mineiro nas finais.
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Um comentário:

  1. O São Paulo dominou o jogo inteiro, tanto no primeiro como no segundo tempo.
    Acabou perdendo por vacilo próprio. Tomando um gol rídiculo do Nenê, que estava sentado no chão, completa falta de atenção do time.
    E outro; foram os famosos pênaltis que o Dida pegou do Raí. O cara deveria ter batido no alto, pois o Dida sempre teve dificuldades para pegar cobranças desse tipo. Mas, fazer o que, são coisas do futebol, e o Corinthians tinha um time de respeito, mereceram terem ganhado aquele campeonato.

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