Uruguaios reunidos em frente à Intendência de Montevidéu para assistir aos jogos
* por Rossina López
Cuevasanta
Meu nome é Rossina e sou uruguaia. Atualmente moro na
capital do país, Montevidéu, mas minha cidade natal é Paysandu, localizada ao
noroeste do Uruguai.
Gosto muito de futebol e sou fanática pelo Nacional. Sempre
vou ao Gran Parque Central (GPC), estádio do Bolso, e também ao Centenario para
torcer pelo Uruguai. Nesta oportunidade, vou falar da seleção uruguaia, a
Celeste, e como acompanhamos a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, país
vizinho ao nosso.
Vou começar comentando pelo Mundial anterior, realizado em 2010 na África do Sul,
quando a Celeste foi a última equipe sul-americana a continuar na competição.
Ao ter passado em primeiro na fase de grupos e eliminar a Coréia do Sul nas
oitavas, o Uruguai encararia Gana pelas quartas.
Esta partida foi emocionante e todos os uruguaios ficaram
com o coração na mão. Gana saiu na frente e Forlan, que fazia um torneio
estupendo, empatou. O jogo foi para a prorrogação, onde no último minuto, Luis
Suárez evitou um gol ganês com a mão. Pênalti e o nosso atacante foi expulso.
Suárez, a grande estrela da Celeste
Quando todos pensavam que o Uruguai seria desclassificado, o
jogador ganês perdeu a cobrança e, na decisão por pênaltis, o Uruguai garantiu
vaga nas semifinais, com direito a cavadinha de Sebastian “Loco” Abreu. Bem,
seu apelido cabe bem a ele, pois só um louco para cobrar um pênalti decisivo daquela
foram (risos).
Nas semifinais, o Uruguai jogou contra a Holanda e perdeu
por 3 a 2. Este foi um resultado que, para nós, houve muita ajuda da
arbitragem, sempre favorecendo o rival. Mesmo assim, para os uruguaios, a Copa
de 2010 foi um motivo de festa, mesmo com o quarto lugar. A última vez que a
Celeste chegou às semifinais foi em 1970. Os jogadores foram recebidos no país
como campeões. Aliás, foi isto que aconteceu no ano seguinte, quando a Celeste
conquistou a Copa América, na Argentina e ainda eliminando a equipe da casa nas
quartas de final. A Celeste é a seleção que mais conquistou a Copa América na
história, 15 vezes, contra 14 dos argentinos e 8 do Brasil.
Após a Copa do Mundo de 2010 e a competição continental,
todos acham que o Uruguai ia retornar à sua época de glórias. Os uruguaios
estavam felizes e esperançosos que o “fantasma de 50” iria retornar. Em 1950, ganhamos o jogo final dos brasileiros, em pleno Maracanã, quando ninguém
esperava.
Chegou as Eliminatórias e, mais uma vez, o Uruguai ficou com
a calculadora na mão. Ficamos com medo de ficar de fora de um Mundial realizado
tão perto de casa. Mas a Celeste terminou as classificatórias sul-americanas em
quinto e conseguiu se garantir na Copa ao vencer a Jordânia na repescagem.
A Celeste estava no Grupo D, ao lado de Costa Rica,
Inglaterra e Itália. Demos azar no sorteio, pois caímos no mesmo grupo de
Itália e Inglaterra. Porém, mal sabíamos que quem iria dar trabalho era a Costa
Rica, jogo em que o Uruguai perdeu de 3 a 1. Aliás, na abertura do Mundial e no jogo Uruguai e
Inglaterra, além de ver os jogos pela televisão, recebia pelo Whatsapp fotos,
pois meu amigo Victor e sua esposa Elis estiveram presentes. Disse que no jogo
do Uruguai ele era nosso representante. E deu sorte, pois o Uruguai venceu por
2 a 1.
Máscaras de Suárez fizeram sucesso
Ao final da primeira fase, o Uruguai teve uma derrota e duas
vitórias, já que venceu a Itália por 1 a 0, em um jogo nervoso. Luis Suárez
aprontou uma das suas, mordendo o zagueiro italiano Chiellini. Ele acabou
suspenso de todo o Mundial. Não fomos contra a punição, porém ela foi muito
pesada, pois até expulso da concentração o jogador foi.
Como fomos o segundo do Grupo D, enfrentamos o primeiro do
C, a Colômbia, no novo Maracanã, pelas oitavas. Mas, sem Suárez na equipe, os
colombianos jogaram melhor e eliminaram a Celeste. Assim, os jogadores voltaram
para casa de cabeça baixa, pois a ‘aventura’ tinha terminado de uma forma menor
do que todos esperavam.
A imagem que a Copa do Mundo de 2014 teve aqui no Uruguai,
como organização, foi que poderia melhorar em alguns aspectos, como o problema
das manifestações e o atraso das construções, já que alguns estádios ficaram
prontos em cima da hora. Sei que a incredibilidade era muita, mas sei também
que não é fácil organizar uma Copa do Mundo.
* Rossina López Cuevasanta, 22 anos, é estudante de Ciências
Econômicas e Administração, mora em Montevidéu, mas é natural de Paysandu,
ambas as cidades uruguaias, e torce para o Club Nacional de Futbol.
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