* por Paulo
Batista
Para
começar vou até setembro de 2013. Eu e a Isabel, minha esposa, fomos até Hamburgo ver o FC St
Pauli jogar com o Frankfurt pela, segunda Bundesliga, no lendário Millerntor.
Procurei contato com algum torcedor de lá. Falei com a Luciana, que cuida do
Blog St Pauli Brasil e ela me apresentou o David.
David
morou no Brasil por quase dois anos fazendo trabalho social, uma opção
inteligente para os alemães que podem escolher esse tipo de trabalho ao invés
do serviço militar. Normalmente, vão trabalhar em outros países, por meio de
entidades vinculadas à Alemanha.
Todos os 'jogadores' reunidos
Em
Hamburgo encontramos o David na entrada da curva norte do Millerntor, ele faz
parte da Nord Support, uma das varias torcidas do FC St Pauli. O jogo começou
num horário diferente pra nós, uma da tarde, o St Pauli ganhou por 2-1 e saimos
para andar pelas ruas do bairro cult de Hamburgo. Mais tarde fomos pra casa do
David fazer um macarrão e tomar mais umas cervejas. Começou ali a nossa Copa do
Mundo de 2014.
David
nos contou de um projeto que tinha: juntar um grupo de torcedores do St Pauli
para uma viagem ao Brasil na época da Copa. A ideia era visitar lugares
praticando turismo sustentável. Usar hospedagem e alimentação em pousadas e
restaurantes locais, incentivar a atividade econômica das comunidades, jogar
partidas de futebol com os brasileiros e se possível ver algum jogo da
Alemanha. Iriam passar por Natal, Recife, Salvador e Rio. Então eu disse que
iria encontrá-los pra jogar com eles no Rio.
Na
Copa, vieram os Piratas. Visitaram a Praia de Pipa em Natal, Olinda, Recife, onde viram Alemanha e EUA, e Salvador, onde jogaram futebol nas comunidades.
Jogada de escanteio no bate-bola
Chegaram
ao Rio no dia 2 de julho. Fomos pra lá, eu, a Isabel e a Júlia, nossa filha (que
também foi pra jogar). No dia 3, subimos o morro Dona Marta pra uma pelada
internacional com o pessoal do projeto Zico Social. O jogo aconteceu na quadra
que fica no último patamar do morro, pertinho do Cristo. Ganhou o time da
Alemanha, que contou comigo e com a Júlia de reforços brazucas. Depois teve
churrasco, cerveja e caipirinha, é claro.
No
dia seguinte, sexta, dia 4, jogaram Alemanha e França no Rio. Os ingressos
estavam caros demais pra conseguir na hora com que tinha pra vender. Os alemães
foram com a gente pra praia de Copacabana, no telão que ficava pra fora da Fifa
Fan Fest. Alí na festa genérica se alugava cadeira de praia e tinha cerveja de
latão. No telão a Alemanha passou pela França e depois o Brasil superou a
Colômbia.
Crianças do projeto com as bandeiras do St. Pauli
O
grupo voltou pra Alemanha no dia seguinte, o David ficou mais uns dias. Veio
com a gente pra casa em São Paulo. Aqui aconteceu também um “mundial de futebol
de rua”, do movimento internacional “futbol callejero”, com jogos no Largo da
Batata e na Avenida Ipiranga. Fomos encontrar uma molecada do
“Kiezhelden”, projeto do St Pauli com
a comunidade de Hamburgo.
Depois
o David voltou pro Rio pra embarcar pra Alemanha. Antes de partir pra Hamburgo
foi a Copacabana enrolado numa bandeira do Brasil e outra da Alemanha pra ver a
semifinal da Copa no telão.
* Paulo Batista (com a camisa da Lusa),
48 anos, é cartunista e editor, mora em São Paulo e torce para a Portuguesa. Paulo
publicou o "Boteco da Lusa - o livro que veio do blog" pela PB
Editorial, em parceria com Michelle Abilio. Seus blogs são: Boteco da Lusa e Blog do Paulo Batista.
0 comentários:
Postar um comentário