Holanda 0 x 0 Argentina - Nervosismo, pênaltis e Argentina na final


Apesar das tentativas, não houve gols com a bola rolando

* por Ricardo Espina

Por ser jornalista esportivo, fiquei ainda mais empolgado pela oportunidade de realizar dois sonhos da minha vida: trabalhar em uma Copa do Mundo e assistir a alguma partida do Mundial. E, claro, a expectativa só aumentava quando foram definidas as seleções classificadas, a tabela, como seria a venda de ingressos...

Tive sorte de conseguir o ingresso para uma semifinal de Copa do Mundo e na cidade onde moro, São Paulo. Minha escala de trabalho saiu apenas poucos dias antes do início do Mundial e, inicialmente, não estaria de folga no dia da partida. Felizmente, a escala foi revisada e ganhei um dia extra de descanso, exatamente na data da semifinal, dia 9 de julho, que é feriado no Estado. A outra etapa, mais difícil, era conseguir comprar o ingresso pelo site da Fifa. Algumas madrugas depois, enfim fechei a compra.

No dia da partida, não tive grandes dificuldades para chegar ao Itaquerão, pois moro ao lado do metrô Carrão. Saí bem antes do horário do jogo, até para pegar o clima da torcida. Levei uns 20 minutos até chegar a Artur Alvim, mais uma caminhada rápida até o estádio. O metrô estava vazio, com alguns poucos argentinos cantando bastante.

Argentinos comemoram a vitória na decisão por pênaltis

Sobre o que aconteceu dentro de campo, esperava mais da partida, até por ser uma semifinal de Copa e reunir duas equipes com jogadores como Messi e Robben. Foi um jogo de poucas chances claras de gol e muito nervosismo de ambas as equipes nos 90 minutos e na prorrogação. O 0 a 0 decepcionou, mas a disputa de pênaltis compensou a expectativa – até porque as cobranças foram no gol onde eu estava logo atrás. Tive sorte mais uma vez!

O clima no foi excepcional do lado de fora da Arena. Muita festa, pessoas cantando e se confraternizando numa boa – tanto argentinos, como holandeses, brasileiros e pessoas de outras nacionalidades. Dentro do estádio, porém, o clima não foi tão cordial. Vi muitos bate-bocas, com a necessidade de intervenção dos stewards (seguranças), devido a torcedores argentinos que sentavam no lugar de outras pessoas, ou insistiam em assistir ao jogo de pé.

Encontrei alguns colegas de trabalho no estádio e ficamos um bom tempo conversando antes da partida. Não troquei camisa, mas compensei com vários souvenires, como copos de refrigerante, cerveja e ingressos.

Até hoje, tenho a sensação de que aquilo tudo era um sonho e foi fruto da minha imaginação. Achava que fosse uma experiência única, mas foi algo muito acima do que eu poderia pensar. Foram momentos inesquecíveis e o ápice para alguém que ama futebol.


* Ricardo dos Santos Moreira Espina, 34 anos, é jornalista, mora no Tatuapé, em São Paulo e torce para o São Paulo FC. Espina tem um interessante blog sobre canhotos de ingressos, o Valeu o Ingresso.
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