Brasil 1 x 7 Alemanha - Massacre germânico histórico

Jogadores brasileiros buscando a bola dentro da rede

* por Edgard Ribeiro do Nascimento

Sou um fanático por futebol e sempre quis ver um jogo de Copa Mundo. Realizei o meu desejo quando assisti Brasil e Colômbia, em Fortaleza, pelas semifinais do Mundial. Porém, eu teria mais um capítulo no maior evento do mundo de uma única modalidade esportiva. Porém, não sabia que, dentro de campo, esse capítulo seria o maior pesadelo da história da Seleção Brasileira.

Havia conseguido comprar os ingressos para os dois jogos que fui com as partidas da competição já rolando. Após o jogo em Fortaleza, que foi realizado no dia 4 de julho, uma sexta-feira, ainda fiquei na capital cearense até a madrugada do dia 7, segunda-feira. Cheguei em São Paulo e, de noite, eu e nosso grupo partimos de ônibus para Belo Horizonte.

Chegamos na capital mineira pela manhã. Andamos pela cidade de táxi até o início da tarde, quando fomos sentido ao Estádio Governador Magalhães Pinto, conhecido como Mineirão.


O Mineirão estava lindo, mas o jogo foi terrível para os brasileiros

Apesar de todos saberem que o Neymar não poderia jogar, todos esperavam que o Brasil ia conseguir superar a falta de seu melhor jogador e conseguir chegar à tão sonhada final. Porém, este jogo ficou marcado não só para quem estava no Mineirão, mas também a quem acompanhou pela TV ou rádio.

Logo no início da partida achávamos que dava para vencer, mas saiu o primeiro gol alemão aos 10 minutos. A sensação era de total incredulidade. E, enquanto pensávamos que poderia haver alguma esperança, foram saindo mais gols germânicos.

Até o quinto tento da Alemanha, ainda havia uma ponta de esperança em uma virada. Porém, a ficha começou a cair e todos perceberam que, dentro de campo, estava acontecendo um verdadeiro massacre germânico para cima dos brasileiros. E na bola!

Algo muito triste que me marcou foi a falta de bom senso de algumas pessoas. Alcoolizados em excesso, uma parte pequena dos brasileiros queriam agredir estrangeiros no anel do estádio. Tivemos até que intervir para não espancarem alemães e argentinos. Encaro isto como fato isolado, porque a festa que se viu antes do jogo foi muito maior do que os problemas que aconteceram em consequência do resultado desastroso.

Nem nos piores pesadelos, imaginaria a seleção perder de 7 a 1

Fora este problema, a torcida estava atônita. Se os brasileiros tiveram problemas para incentivar a Seleção nos estádios mesmo quando estava ganhando, imaginem levando uma sonora goleada? Realmente não tinha cenário para incentivo, era apenas incredibilidade e tristeza.

Mesmo assim, conversei com muitas pessoas, de várias partes do mundo. No entorno do Mineirão, ficamos em um bar lotado de alemães e foi a tarde inteira de conversa, provocações sadias e festa. Tudo no maior clima de paz!

Ao final da partida, fui com meus amigos para a Rodoviária de Belo Horizonte para esperar o ônibus de volta. Era apenas o que restava depois do resultado catastrófico.

Apesar deste pesadelo dentro de campo, a Copa do Mundo foi maravilhosa. Este ano eu fui assistir a Copa América, no Chile, in loco e estou me preparando para ir para a Rússia em 2018. Quero viver este clima de festa e harmonia novamente.


* Edgard Ribeiro do Nascimento, 32 anos, é analista de telecomunicações, mora em São Paulo e torce para o Flamengo.
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