Suárez comemora seu segundo gol na partida
* por Ademir
Quintino
A
Copa do Mundo é a maior festa do esporte. Sim, considero o Mundial de Seleções
a grande atração do esporte no planeta, até mais do que as Olímpiadas, em razão
de ser o grande esporte da massa. E, é claro, sempre quis assistir a uma
partida do evento, ainda mais sendo realizado no Brasil.
Assisti
a duas partidas no Mundial de 2014. Ambos na Arena de São Paulo, em Itaquera. A
primeira delas fui com meu filho acompanhar Uruguai e Inglaterra. A segunda foi
Holanda e Chile. Tive a sorte de ganhar da escola de idiomas Wise Up um par de
ingressos para cada partida. No duelo
entre ingleses e uruguaios fui eu e meu filho. Já no duelo entre chilenos e holandeses
fomos eu, meu filho e minha esposa. Faltava um ingresso. Tive que comprar e
paguei caro.
Andrey e Ademir Quintino na frente da Arena
Por
incrível que pareça, o que menos chama atenção em um jogo de Copa do Mundo é a
partida em si. A festa de várias línguas, povos e culturas diferentes no Metrô,
na caminhada até o estádio e dentro dele é um verdadeiro carnaval organizado
fora de época. É impossível não se empolgar com todo o clima.
Na
chegada à Arena, os cânticos de países de populações totalmente diferentes
chamaram a atenção. Particularmente, me chamou mais a atenção o duelo entre
campeões mundiais: Uruguai e Inglaterra. São duas seleções que contam com
torcidas fiéis, que têm diversos cânticos e gritos, o que tornou a festa ainda
mais bonita.
Dentro
de campo, os europeus eram favoritos, mas a Celeste tinha Suárez, o maior
centroavante do futebol mundial. O camisa 9 vinha de contusão, mas é de uma
qualidade técnica que impressiona. Praticamente sozinho, tirou a chance dos “hooligans”
passarem para as oitavas de final da Copa no Brasil.
Andrey, filho de Ademir
No
primeiro gol, ele se antecipou a defesa adversária e marcou de cabeça. Rooney
empatou, já no segundo tempo, fazendo seu primeiro e até agora único gol em
Copas. Porém, o Uruguai tinha Suárez. Ele aproveitou o domínio de bola errado
do defensor inglês e, com frieza, finalizou com qualidade, garantindo a vitória
da Celeste.
Luis
Suárez foi tão festejado que o zagueiro Lugano, que neste dia estava no banco
de reservas, levantou o atacante em suas costas por cerca de 3 minutos, durante
a comemoração da vitória. Suárez fez, naquele dia, uma das melhores atuações
individuais da Copa do Mundo de 2014.
Mas
como disse, em Copa do Mundo o jogo é o que menos importa. Vale a festa, a
mistura de raças, um jogo totalmente diferente de um clássico do campeonato
estadual ou nacional. Não tem briga, tem diversão e uma sensação inesquecível e
inenarrável. Ainda tive
a felicidade de dividir isso com os meus familiares.
* Ademir
Quintino (com seu filho na foto) é jornalista esportivo, com mais de mil jogos transmitidos do Santos.
Radialista na Rádio Capital 1040 AM e assessor de imprensa. Tem 42 anos,
nascido em Santos, residente em Cubatão e pai de Andrey Quintino. Ademir é
responsável pelo site especializado no Santos FC www.ademirquintino.com.br.
* por Victor de Andrade
________________________________________________________
Suárez, o gigante!
* por Victor de Andrade
Quando
o sorteio apontou que Uruguai e Inglaterra jogariam em São Paulo no dia 19 de
junho, feriado de Corpus Christi, logo pensei: “não posso perder esse jogo”.
Quem me conhece e acompanha o blog O Curioso do Futebol sabe o quanto admiro o
país vizinho ao sul e também seu futebol.
Me
inscrevi para comprar ingressos para esse jogo na segunda fase do sorteio. Não
consegui. Tinha adquirido entradas até para a abertura da Copa, mas nada de
Uruguai e Inglaterra. Porém, na noite de terça-feira, dois dias antes da
partida, abriu venda para este jogo. Comprei um ingresso e me garanti nesse
dia. Fiquei feliz na hora!
Camisa do genial Miramar Misiones
Chegado
o grande dia, separei as camisas da Portuguesa Santista e da Celeste Olímpica e
saí de Cubatão antes da hora do almoço. Subi a serra tranquilamente e, no
Jabaquara, peguei o Metrô. Parei para comer no Santa Cruz, onde encontrei com o
membro do grupo Futebol Alternativo do Facebook Mario de Vicenzi, e depois
segui rumo a Itaquera, local da Arena Corinthians.
No
Metrô, comecei a encontrar os uruguaios e conversava com eles. Muitos não
acreditavam no quanto eu gostava do futebol charrua e minha admiração ao país
deles. Tinha visitado Montevidéu três meses antes, quando vi pela primeira vez
um jogo no Centenário, e contava minha experiência por lá. Já Mario estava indo
torcer para a Inglaterra, mas como na Copa o que vale é a confraternização,
estava ‘tudo em casa’.
Cheguei
no estádio, garanti meus copos e, a pedido do amigo Luiz Gustavo Folego, peguei
o suvenir para ele e Fernando Martinez. Eu os encontraria no dia seguinte, em
Curitiba, no jogo Honduras e Equador, mas isso é história para amanhã.
Em
seguida, comecei a ficar fascinado pela presença de pessoas com camisas dos
times uruguaios. Tirei foto com torcedores do Miramar Misiones e Cerro, além
claro do Nacional, equipe que simpatizo lá. Também havia muitos com a camisa do
Peñarol, além da Celeste. Já os ingleses andavam em grupos, bebendo bastante e
cantando.
A maioria no estádio era de uruguaios
Como
os uruguaios eram maioria, foi fácil escutar as músicas tradicionais da hincha,
como a “Volveremos a ser Campeones” e a grudenta e empolgante “Soy Celeste”. E
assim correu os minutos até o início da partida. Aproveitei para mandar fotos
do estádio por WhatsApp para minha esposa, Elis Rebouças, e aos amigos
uruguaios, os irmãos Rossina e Joel Cuevasanta. Eles disseram que eu seria o
representante deles no jogo.
As
duas equipes vinham de derrota. O Uruguai tinha a estreia de Luis Suárez,
voltando de contusão. Os ingleses esperavam que Rooney desencantasse em Copas.
E o jogo iniciou com a Inglaterra em cima da Celeste.
A
Inglaterra tinha mais volume de jogo e acertou uma bola na trave com Rooney,
que estava quase embaixo do gol. Em seguida, Cavani recebeu a bola no lado
esquerdo do ataque, ajeitou a bola e viu Suárez entrando na área. Com um
cruzamento perfeito, o centroavante cabeceou no contrapé do goleiro inglês e
marcou 1 a 0 para o Uruguai.
Onde
eu estava, a grande maioria era de uruguaios, que festejavam sem parar. Digo
que me emocionei naquela hora. Eram duas seleções que têm torcidas de
verdade, o que deixou o espetáculo ainda mais bonito.
Após
o gol, o Uruguai se trancou ainda mais, tentando explorar os contra-ataques. Os
ingleses tentaram empatar de todas as formas, mas o primeiro tempo terminou 1 a
0 para a Celeste Olímpica.
O
segundo tempo iniciou como terminou o primeiro: Inglaterra tentando empatar e o
Uruguai se defendendo como podia. A verdade é que o jogo começou a ficar
nervoso, já que o derrotado naquele dia dava adeus ao Mundial. Mas, de tanto
insistir, Rooney conseguiu marcar seu primeiro gol em Copas e empatou.
Com
o gol, os ingleses cresceram ainda mais na partida. O contestado goleiro
Muslera é que salvou o Uruguai em, no mínimo, dois lances. Parecia questão de
tempo que a Inglaterra iria virar a partida.
Porém,
nunca se pode desprezar a garra uruguaia e quando isso ocorre, normalmente a
Celeste apronta. E foi o que aconteceu. Em um chutão da defesa uruguaia, Cavani
desviou a bola de cabeça, que sobrou para Suárez. O centroavante invadiu a área
e fuzilou na saída do goleiro. Uruguai 2 a 1 e a Arena Corinthians veio abaixo.
Jogo foi muito disputado
No
final, o Uruguai se segurou nos poucos minutos restantes e, ao apito final do
arbitro, os jogadores fizeram uma grande festa. Lugano levantou Suárez, o
grande herói naquele dia. Pode até ser exagero meu, mas foi a melhor atuação
individual em uma partida da Copa. Quando precisou, ele marcou presença.
Ao
final da partida, liguei para a minha esposa e falei da emoção que foi ver o
jogo. Também mandei mensagem via WhatsApp para Rossina e Joel. Eles disseram que
eu tinha dado sorte. Fiquei feliz!
Ainda
deu tempo de eu encontrar o amigo e jornalista Ademir Quintino, que me deu uma
excelente carona para a volta à Baixada Santista. Cheguei em casa ainda na
adrenalina do jogo, que foi um dos melhores da Copa.
* Victor de
Andrade, 36 anos, é jornalista, mora em Cubatão-SP e torce para a Portuguesa
Santista. Victor é responsável pelo blog O Curioso do Futebol.
0 comentários:
Postar um comentário