Domínio da Suíça durante todo o jogo
* por Victor
Gabriel Sena de Sousa
Meu
nome é Victor Sena, de Manaus, e a minha história talvez seja um pouco
diferente das outras, pois não começa com o anúncio da Copa do Mundo. No final
de 2013, eu estava recém-desempregado, mas com uma certeza absoluta: ver os
jogos nos estádios. Em 2014, sem saber como fazer isso, tranquei o curso de
graduação e fui à procura de empregos para juntar dinheiro. Em meio à essa
busca, fui indicado a fazer o processo seletivo da Act3, empresa responsável pela
organização e execução dos eventos da Adidas.
O
processo seletivo aconteceu em fevereiro e acompanhei os sorteios dos ingressos
sem perspectivas de comprá-los, pois continuava à procura de uma renda que me
proporcionasse isso e a espera de uma resposta que talvez não viesse. Em junho,
primeiro dia do mês e a chance que teria de ver os jogos da Copa do Mundo quase
se apagando, chega o e-mail informando que eu e mais quatro pessoas foram
selecionadas para participar da equipe Act3. A fagulha de fé se manteve acesa!
Foi
um mês de alto nível, graças a invasão cultural. Manaus foi bombardeada de
sotaques e estilos muito distintos, como a diversão dos ingleses, o patriotismo
dos americanos e a beleza das suíças, chamando minha atenção de quem nunca pôde
sair do Brasil.
Presença marcante dos suíços nas arquibancadas
Apesar
de deter algum conhecimento para participar dos eventos, ainda tinha 20 anos. Impulsivo
e fora de controle, não tinha guardado dinheiro algum para assistir aos jogos. Tinha
muita vontade e estava confiante de que veria os jogos, independente da
condição que estava.
Adquiri
os ingressos poucas horas antes dos jogos começarem graças ao meu cargo
temporário. Estava na loja oficial da Adidas
quando fui convidado a assistir ao jogo de abertura na Cidade. Não tive tempo
de ir em casa, não tive tempo de carregar meu celular e nenhum conhecido meu sabia
que eu fui ao jogo Itália e Inglaterra.
Mas
isso é outra história, pois o jogo mais emocionante sem dúvida foi Honduras e
Suíça, realizado no dia 25 de junho. Fui convidado, dessa vez, no dia anterior a
assistir o jogo no anel inferior. Dessa
vez, acompanhado do meu irmão Thiago e mais quatro amigos que conheci pelo ‘freela’
com a Adidas.
A
viagem até o estádio foi bem mais tranquila, ao contrário do primeiro jogo que
fui. O clima na cidade tinha um ar de despedida, mas as pessoas passavam um
sentimento muito bom fora do estádio, como se o resultado naquele dia fosse o
menos importante.
Suíça no ataque: cena comum durante a partida
Pude
ver um jogo bem mais aberto que Itália e Inglaterra. Os suíços e hondurenhos
trocavam passes rápidos e a torcida que foi ao estádio, pelo espetáculo,
respondia a cada jogada, com olas e muito barulho.
Shaquiri
foi o nome do jogo. O número 23 tinha passado em branco na Copa até aquele dia,
mas marcou os três gols do jogo. No primeiro, ele foi trazendo a bola pela
direita, se livrou da marcação puxando pro meio e mandou um belo chute no
ângulo direito do goleiro. No segundo gol, ele recebeu no meio da área e
sozinho chutou sem chance para o arqueiro hondurenho. Já o último foi mais
trabalhado que os primeiros, já que o número 19 veio trazendo a bola desde o
meio campo e fez uma linda jogada pela direita, deixando a pelota para Shaquiri,
que mais uma vez sozinho recebeu no meio da área e não perdoou.
O
resultado condizia com o espetáculo. A emoção daquele dia era tão grande quanto
a fé que eu precisei para chegar naquele dia, porque não foi algo que fiz
sozinho. E além de realizar um sonho, ter a oportunidade de levar o meu irmão
comigo foi melhor ainda.
A
Copa do Mundo foi bem mais que um espetáculo, representou a imensa gratidão que
eu tenho com a vida até hoje, um evento único em que tive a oportunidade de
trabalhar. E nunca vou me esquecer do que vivi no ano de 2014, o ano em que
ganhei no mês do meu aniversário uma Copa do Mundo.
* Victor Gabriel Sena de Sousa (o primeiro), 22 anos, é relações
públicas e empreendedor, mora em Manaus-AM e torce para o São Paulo FC. Atualmente
trabalha com fotografia e marketing multinível.
0 comentários:
Postar um comentário