Laser no rosto atrapalhou Afinkeev
* Por Leonardo Bonassoli
A Copa do Mundo é um evento que sempre acompanhei nas outras edições, por ser um fã de futebol. Na época do Mundial de 2014, trabalhava na Gazeta do Povo, jornal de Curitiba, e estava como editor local do site de Esportes e de Copa do Mundo durante o evento. Por isso, fui credenciado para os jogos locais, porém como um backup, caso desse problema com algum dos repórteres escalados e também credenciados. Aconteceu que consegui liberação para ver dois jogos, o último deles este da Arena da Baixada: Rússia e Argélia, que foi realizado em 26 de junho.
Moro a uma distância mediana do estádio, mas facilmente
alcançável. Um paulistano, por exemplo, talvez considerasse perto. Mas saí mais
de perto, do Centro, onde trabalhava. A Arena da Baixada é extremamente
central, assim como a Vila Capanema e o Couto Pereira. Se em São Paulo evitavam
jogos no Pacaembu e no Parque Antárctica ao mesmo tempo, por causa de 5 km de
distância, esses três estádios de Curitiba ficam em uma distância de um pouco
mais de 4 Km entre Arena e Couto Pereira, com a Vila Capanema entre eles.
Argelinos fizeram a festa
Trabalhei mais cedo naquele dia e peguei o ônibus
específico para a Copa do Mundo, na Praça Central de Curitiba. De graça!
Curiosamente, todo o transporte coletivo de Curitiba estava de graça naquele
dia, por causa de um movimento de greve de motoristas e cobradores.
Antes de falar do jogo, uma curiosidade interessante: o
terreno da Arena da Baixada pertencia à família Hauer e era locado pelo
Internacional, que depois virou Atlético com a fusão com o América. O terreno
foi comprado lá nos anos 40 pelo governo do Estado para fazer a Escola de
Agronomia e o Atlético tinha recebido uma doação no Cabral, num lugar chamado
de Colônia Argelina. Atlético e governo do Estado fizeram uma permuta e foi
construída lá na antiga Argelina a o Prédio de Agrárias da Universidade Federal
do Paraná.
Rússia e Argélia foi uma partida movimentada, sendo uma
das melhores da competição, com a Rússia saindo na frente com o Kokorin, logo
aos 6 minutos, e a Argélia empatando com o Slimani aos 15 do 2º tempo, em uma
falha do goleiro Afinkeev, que saiu mal do gol por causa de um laser na cara.
Com isso, a Argélia acabou garantindo uma classificação inédita de fase em
Copas do Mundo.
Equipes aquecendo antes do início da partida
A Rússia foi aquilo que a Rússia foi em toda a Copa: um
time sem imaginação e com medo de atacar. Foi embora no final da primeira fase
e ainda queimou dinheiro com o badalado técnico Fabio Capello. A Argélia foi um
time agressivo e fez por merecer o resultado que valeu a classificação.
Dentro do estádio, ainda mais com o resultado, era um
verdadeiro carnaval argelino. Eles deram um colorido especial ao estádio. Também
deram problemas com sinalizadores. Com certeza eles estão entre os torcedores
mais malucos da Copa. Vale ressaltar que o estádio, nos corredores, ainda tinha
cheiro de cimento, de tão pronto em cima da hora que ficou. Isso me chamou a
atenção.
Durante o jogo, como estava credenciado, fiquei na tribuna de imprensa e, nesta
partida, conversei menos nas saídas que no outro que fui (Honduras 1 x 2
Equador), até pela diferença linguística ser maior. Mas ver um jogo de Copa do
Mundo é algo realmente diferente, único. É ver de perto a história diante dos
olhos!
* Leonardo Bonassoli, 31 anos, mora em Curitiba,
é jornalista e editor online. Comanda o site Futebol Metrópole, especializado
em futebol paranaense. Além disso, Leonardo foi o criador da comunidade Futebol Alternativo no Orkut
(RIP), uma das mais populares da antiga rede social, durando até o último dia
de funcionamento do mesmo. A comunidade foi recriada no Facebook.
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