Portugal empatou no último lance da partida
* por Leonardo
Sena
Toda
história precisa de um começo, de um ‘Era uma vez’, então lá vai.
Era
uma vez um garoto que tinha parte significativa da vida ocupada pelo futebol. Aos
doze, quase treze anos, já vivia a ansiedade de imaginar que uma Copa do Mundo
poderia ser realizada no país dele. Quando finalmente se confirmou, a ansiedade
foi para saber se a cidade em que ele vivia seria escolhida para receber jogos
do torneio e, com um pouco de desconfiança, ela foi. A festa foi muito grande na
tal cidade, avenidas fechadas, show de banda famosa em frente a um antigo
estádio, jogo comemorativo, uma tarde alegre, que nem o calor de quase 40ºc
desanimou as milhares de pessoas que estavam no local.
Com
a cidade escolhida, veio a preparação e ele acompanhou de perto a queda do
velho palco até a construção do novo estádio, e foi de perto mesmo já que ele
morava a 1,5 km da novinha e imponente Arena da Amazônia. O carinha não era
engenheiro, mas chegou a visitar várias vezes o canteiro de obras para
acompanhar o andamento dos trabalhos. Pra ele a Copa do Mundo não começou no
dia 13 de junho, foi muito, muito antes.
Parafraseando
Roberto, esse carinha sou eu, Leonardo Sena, hoje com 21 anos e jornalista.
Para o mundial já tinha garantido o ingresso para o primeiro jogo, e que jogo,
Itália x Inglaterra, bilhete comprado no escuro, sem saber que esse seria o
duelo. Mas a partida aqui é outra né.
Movimentação era grande nas proximidades da Arena Amazônia
Bem,
esse carinha que vocês conheceram nunca foi torcedor de Real ou Barça. Na
Europa, só acompanhava de fato a Premier League, mas gostava da disputa entre
Messi e Cristiano Ronaldo e quando o sorteio definiu que o CR7 viria à Manaus
para um jogo de Copa, a primeira reação dele foi querer saber quando a nova
fase de venda de ingressos ia iniciar (risos). Concorrência não faltou, todos
queriam ver Cristiano Ronaldo de perto. Comprei o segundo ingresso mais barato
para o jogo, perto da cobertura do estádio, uma visão distante do campo, mas
que dava pra ter a dimensão do tamanho de uma Copa do Mundo. Ele que sempre via
o estádio da janela do quarto, não podia imaginar ter a chance de presenciar um
dos maiores jogadores da atualidade batendo bola no ‘quintal de casa’.
A
ansiedade de sempre ficava maior quando a data do jogo se aproximava. A espera
foi longa, mas isso fez com que daquele dia tudo se tornasse inesquecível, desde
o trajeto para o estádio com centenas de torcedores portugueses vestidos de
vermelho na rua, a concentração das pessoas ao redor do estádio, o encontro com
gente de outros países, as equipes de TV de fora, era tudo novidade.
Chegada
a hora de entrar no estádio, achar o lugar e esperar o espetáculo. Os times
entram, os hinos tocam e enfim a bola rola. E o CR7 começou com uma jogada de
efeito na lateral, mas para ele que esperava um show, decepção, no entanto o
jogo corrido e pegado animou, com Portugal abrindo o placar e depois os
estadunidenses virando a partida e no fim Portugal marcando e empatava o jogo. Eletrizante.
Estádio lotado para a movimentada partida
Mas
fora das quatro linhas o que marcou o carinha foram as torcidas. Estavam todas
juntas, não havia divisão, era um espetáculo a parte. Em campo duas seleções,
na arquibancada o encontro de uma das maiores colônias em Manaus (a portuguesa)
com o país que mais trouxe turistas à Manaus no período da Copa (mais de 200
mil visitantes vieram a capital do norte durante o mundial). O espetáculo
terminou empatado, mas os lances, os cantos, os desafios na torcida, isso ficou
pra eternidade, ficou marcado na memória do carinha...
Veja
como é possível perceber que na Copa do Mundo, não são apenas partidas de
futebol, o evento é gigantesco, eu tinha a sensação que boa parte do mundo se
transferia para Manaus naquele fim de tarde e quando falo sobre o mundial a
saudade é iminente, nesse período trabalhei durante a madrugada para ajudar a
colocar no ar o primeiro jornal do dia e mesmo com sono, cansado e sem quere
dormir um pouco antes fui ao estádio, aliás era uma oportunidade única, não me
passava pela cabeça perdê-la.
E
hoje, contar essa história só me faz ter certeza de que o mesmo sentimento
experimentado um ano após a festa, vai se estender até..... só Deus sabe!
* Leonardo Sena,
21 anos, é jornalista, mora em Manaus e torce para o Nacional local e o São
Paulo FC. Leonardo mantinha um blog chamado O Diálogo Esportivo, inclusive com página no Facebook.
Espetacular. Fantástico. Copa do mundo apesar do resultado pífio, não podemos esquecer os momentos felizes que vivemos. Inesquecível.... olha o que o futebol faz, rsrsrs
ResponderExcluir#copadomundonoquintaldecasa
Até hoje sinto saudades da copa do mundo em nossa manaus , foi maravilhoso, participei diretamente de algumas partidas como carregador de bandeiras das seleções , espero na proxima esta na proxima copa em 2022
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