Equador ganhou de virada
* por Victor de
Andrade
Sensacional! Esta palavra resume o que é estar em uma
partida de Copa do Mundo, seja o jogo que for. Porém, quase que não realizo
esse sonho de criança, pois quando a inscrição para o sorteio a venda dos
ingressos foi aberta eu não me cadastrei, devido ao meu corrido tempo. Mas quis
o destino que eu me fizesse presente na Copa do Mundo.
Faltando poucos dias para a abertura, consegui comprar no
site da Fifa o ingresso para Brasil e Croácia, o único que contei com a
companhia de minha esposa Elis Rebouças. Logo em seguida, também pelo método
oficial, garanti minha presença em Uruguai e Inglaterra. E foi durante esta
partida que começa a história da minha ida ao jogo Honduras e Equador.
Victor, Luiz e 'El Hombre Honduras'
Empolgado com o jogo de 19 de julho e toda a festa,
resolvi tentar ir a mais jogos. Era feriado prolongado, uma grande chance de ir
a alguma sede fora de São Paulo. Moro em Cubatão-SP e, quando eu descia a
serra, já planejava entrar no site da Fifa para ver qual ingresso conseguiria.
Chegando em casa, tive sorte. Estavam disponíveis para a venda
ingressos para a partida entre hondurenhos e equatorianos, em Curitiba, na
noite do dia seguinte. Não vacilei e comprei! Com as milhas que eu tinha,
comprei a passagem de ida para a capital paranaense e, como não achei voo de
volta, adquiri uma passagem de ônibus. Com tudo garantido, liguei para o amigo
Luiz Gustavo Folego, que também iria a este jogo, e marquei de nos encontrarmos
em Curitiba.
Na manhã do dia 20 de junho, em meio ao feriado de Corpus
Christi, fui até Congonhas com a camisa da Portuguesa Santista junto, como em
todos os jogos que fui, e embarquei para Curitiba. Cheguei no aeroporto Afonso
Pena antes da hora do almoço e peguei um ônibus para o Shopping Estação, onde
me encontrei com o amigo Luiz Gustavo Folego, Murilo Moreno, que mora na cidade,
e ‘El Hombre Honduras’, um sujeito usando uma ‘roupinha mutcho loca’, que era
nada mais, nada menos que Renato Rocha, o Gene Simmons da alegria!
Honduras e Equador fizeram uma bela partida na fria Curitiba
Escolhemos um restaurante para almoçar e fomos todos
matar a fome. Cerca de 40 minutos depois, chegaram Fernando Martinez e sua
esposa Vânia. O papo variava entre futebol e rock and roll, além de acompanhar
pela televisão o jogo entre a surpreendente Costa Rica e a Itália. Neste
momento, muitos pediam para tirar fotos com ‘El Hombre Honduras’, que respondia
educadamente com um espanhol ‘fluente’, fruto de sua poção mágica, uma bebida a
base de cevada, conforme pude comprovar (risos), que ele tomava sem parar.
Ao final do bate papo, Fernando e Vânia foram deixar suas
bagagens na casa de um parente e Luiz, ‘El Hombre Honduras’ e eu pegamos carona
com Murilo, que nos deixou muito próximos à Arena da Baixada, local da partida.
Mas antes de ir ao estádio, mais uma parada para que ‘El Hombre Honduras’
pudesse tomar mais uma boa dose de sua poção mágica.
Na fila para entrar na Arena, mais fotos e reportagens
com ‘El Hombre Honduras’, que esbanjava seu ‘fluente’ espanhol. Ao entrar no
estádio, cada um procurou seu lugar e esperamos a partida começar. Eu tive
sorte, pois fiquei muito próximo ao campo. Por ironia do destino, encontrei uma ex-vizinha minha e amiga de minha irmã Erica Turci, que estava morando na capital paranaense.
Dois hondurenhos, Victor, Luiz, Fernando e Vânia
O jogo, apesar de ser de duas seleções não tradicionais,
foi muito bom. Honduras e Equador procuraram o gol a partida inteira,
esquentando a disputa na noite em que fazia 12ºC, o dia mais frio da Copa do
Mundo. Honduras abriu o marcador com Costly, aos 31 minutos de jogo. Mas a
alegria dos hondurenhos durou pouco, já que 180 segundos depois, Valencia
empatou para o Equador. As duas equipes voltaram para o segundo tempo dispostas
a ganhar a ‘peleja’. Mas quem teve mais competência foi o Equador. Aos 20,
Valencia marcou novamente, garantindo a primeira vitória dos equatorianos no
Mundial.
Ao fim do jogo, me encontrei com Luiz, Fernando e Vânia.
‘El Hombre Honduras’ demorou a chegar ao local, pois exagerou na poção mágica e
os efeitos colaterais já agiam. Mas isso não o impediu de mostrar seus
superpoderes. Dançou, deu uma de DJ e ainda quis fazer a política da boa
vizinhança com um norte-americano, que não gostou muito da ideia de trair
Capitão América, Super-Homem ou o Batman.
Após a festa, Fernando e Vânia foram descansar na casa do
parente deles. Eu, Luiz e ‘El Hombre Honduras’ pegamos um táxi, deixamos o
super-herói, que estava totalmente baqueado pela alta dose da poção mágica, na
casa de Murilo e rumamos para a Rodoviária de Curitiba. Meu ônibus saiu por
volta da meia-noite e às 5h30 eu já estava chegando em casa, onde pude
descansar sem antes dar um beijo em minha esposa. Naquele momento, achava que
era minha última participação ‘in loco’ na Copa do Mundo. Porém, mal sabia que ainda
teria mais um capítulo nesse evento que foi tão fascinante.
* Victor de Andrade,
36 anos, é jornalista, mora em Cubatão-SP e torce para a Portuguesa Santista.
Victor é responsável pelo blog O Curioso do Futebol.
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