Costarriquenhos saem para comemorar a vitória nos pênaltis
* Por Gerrá Lima
O anúncio da copa do mundo no Brasil, de cara, me
deixou todo animado. Mas, com o desenrolar das coisas, a ficha caiu e ficou
evidente que o evento não era para os loucos por futebol, muito menos pra
classe baixa, aquela que enche a “geral” e o setor mais barato dos estádios.
Dei uma desanimada. Tentei umas duas ou três vezes comprar ingressos pela
internet, não consegui e desisti.
Só que Recife foi uma das sedes. E quando começou a
disputa, o fuzuê em torno dos jogos realizados aqui terminou me hipnotizando. No dia 29 de junho, data do jogo Grécia e
Costa Rica, eu estava numa festa. Era por volta das 11 horas. Um amigo telefona
e pergunta se eu queria ingresso para o jogo, pois ele estava com um sobrando.
Aceitei na hora!
O estádio aqui de Recife, na verdade, não está
localizado em Recife. Chega a ser uma situação meia bizarra. De fato, a Arena
Pernambuco está na cidade de São Lourenço da Mata. Do centro da capital para lá
é algo em torno de 23 Km de distância. A acessibilidade ao estádio é das
piores. A estação de metrô fica distante 3 Km do estádio.
Para tentar minimizar o problema de acesso, foram
disponibilizados BRTs. No meu caso, para pegar o BRT, precisei me deslocar 6 Km.
Apesar de ter ido em pé no ônibus, a ida, de certa forma, foi tranquila.
Afinal, tudo era festa e a gente não estava cansado.
Comemorando com a torcida
Fui ao jogo na esperança de ver a Costa Rica jogar
futebol. Da Grécia eu já não esperava nada. Mas a partida foi horrível. Futebol
de quarta divisão que terminou em 1 a 1 e a decisão foi para os pênaltis, que
por sinal foi bem mais animada do que o jogo. Se não me engano, a Costa Rica
saiu na frente e a Grécia empatou. Eu e alguns torcemos fervorosamente para o
jogo ir para os pênaltis.
Conversei com poucos torcedores. A Arena Pernambuco
estava lotada de espectadores e não de torcedores de futebol. A maioria estava
ali somente pela festa.
Ao meu redor, havia um bando de gente que não
entendia absolutamente nada do que se passa nas quatro linhas, muito menos do
comportamento de quem é frequentador assíduo do cimento. Basta dizer que, uma
garota ao meu lado, após eu ter mandado um sonoro “vtnc, que atacante ruim do c...”,
ficou toda sem jeito, até meio constrangida. No intervalo, ela saiu do lugar e
não voltou mais.
Eu já havia assistido a jogos de Copa do Mundo. Vi
de perto a Copa de 1998, na França. Fui a todos os jogos do Brasil, desde as
oitavas de final até a decisão contra a Seleção Francesa. Fui ao jogo Costa
Rica e Grécia apenas para constar no currículo.
Até hoje procuro o que foi que a Copa do Mundo
deixou para nosso futebol e não consigo encontrar. Daí, deixo a pergunta: qual
o legado que a copa do mundo deixou para o Brasil?
* Geraldo Ferreira de Lima
Junior, o Gerrá Lima (de boné amarelo), 47 anos, mora em Recife e torce para o Santa Cruz. Gerrá
Lima é responsável pelo Blog do Santinha.
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