Waldemar de Brito: belos lances dentro e fora de campo

Carregado nos braços da torcida do São Paulo

Um jogador que se destacou nos gramados brasileiros nas décadas de 30 e 40 pelo seu faro de gol. Ao parar de jogar, ainda colaborou com o futebol brasileiro, já nos anos 50, ao simplesmente ter descoberto o maior jogador de todos os tempos, Pelé. Este é o grande Waldemar de Brito, um atleta marcou o futebol brasileiro dentro e fora de campo.

Waldemar de Brito nasceu em São Paulo em 17 de maio de 1913. Começou a jogar futebol no infantil do Syrio, em 1927. Após uma passagem rápida pelo Independência no ano seguinte, o centroavante volta ao Syrio em 1929 onde fica até 1932, com 19 anos, quando chama a atenção diversos times.

O São Paulo da Floresta foi mais rápido e levou o jogador para seu elenco. Em 1933, ano da profissionalização oficial do futebol brasileiro, Waldemar de Brito confirma seu faro de gol e consegue ser o artilheiro máximo do Campeonato Paulista com 21 gols.

Seleção Brasileira na Copa de 1934


As boas atuações no primeiro tricolor paulista chamaram a atenção do técnico da Seleção Brasileira, Luiz Vinhaes. Waldemar de Brito começou a ser convocado constantemente e esteve na Copa do Mundo de 1934, onde o Brasil fez apenas uma partida, perdendo para a Espanha por 3 a 1. Pela seleção, Waldemar fez 17 jogos entre 1933 e 1934 com a então camisa branca, marcando incríveis 20 gols.

Para poder jogar a Copa do Mundo, o centroavante teve que sair do São Paulo e foi contratado pelo Botafogo, um dos clubes que, na época, era aliado da organização que comandava a seleção brasileira. Após uma passagem rápida pelo alvinegro carioca, Waldemar foi para a Argentina para defender o San Lorenzo.

Após a passagem pela a Argentina, o centroavante foi contratado pelo Flamengo. No rubro-negro, Waldemar virou ídolo da torcida e, segundo o Almanaque do Flamengo, de Roberto Assaf e Clóvis Martins, disputou 59 jogos com 34 vitórias, sete empates, 18 derrotas e 35 gols marcados entre 1937 e 1939.

No San Lorenzo, capa do El Gráfico

Após outra passagem pelo San Lorenzo, Waldemar de Brito voltou ao Brasil para defender o novo São Paulo FC. Segundo o Almanaque do São Paulo, de Alexandre da Costa, ele fez 35 jogos entre 1941 e 1943 com 19 vitórias, 10 empates, seis derrotas e 29 gols marcados, tendo conquistado o título paulista de 1943.

Waldemar de Brito ainda defenderia as camisas de Fluminense, Portuguesa, Palmeiras e Portuguesa Santista, onde encerrou a carreira em 1946, com apenas 33 anos.

Aposentado das chuteiras e chutes precisos em direção ao gol, Waldemar de Brito mudou-se para Bauru, onde virou técnico e observador do Bauru Atlético Clube, simpaticamente conhecido como Baquinho. E foi lá onde ele fez mais um belo gol, só que agora fora de campo.

No Flu: Pipi, Magnones e Waldemar

A história começa a partir do momento em que Waldemar foi incumbido de formar uma equipe infanto-juvenil para o clube. E viu Pelé começar a brilhar e atrair multidões para os jogos realizados em Bauru. Em um deles, o futuro astro marcou sete dos 12 gols da vitória de seu time sobre o Flamenguinho por 12 a 1.

Imediatamente, Pelé recebeu uma proposta do Noroeste, rival do Baquinho. Mas Waldemar de Brito achava que o clube alvirrubro não tinha condições de lapidar o garoto e ele tinha certeza que o lugar ideal para o então menino Dico era na Baixada Santista.


Como treinador do Baquinho. Pelé está sentado

Ironicamente, Waldemar teve que dobrar dona Celeste, mãe de Pelé, para levá-lo a Santos. E no dia 08 de agosto de 1956, o treinador apresentou o então menino magro e franzino na Vila Belmiro. “Vai ser o maior do mundo”, sentenciou o ex-craque ao presidente do Peixe Athiê Jorge Cury. A partir deste momento, a história de Pelé é sabida por todos e Waldemar de Brito ficou conhecido como o descobridor do Rei.
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5 comentários:

  1. Parabéns Victor; que bela história do rico futebol brasileiro, fiquei encantado com as fotos, verdadeiros tesouros, o acervo é teu mesmo??

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  2. Parabéns Victor; que bela história do rico futebol brasileiro, fiquei encantado com as fotos, verdadeiros tesouros, o acervo é teu mesmo??

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  3. O Waldemar de Brito teve uma bela carreira, um dos primeiros jogadores a se destacaram no futebol brasileiro, passou por grandes clubes dentro e fora do Brasil pelo San Lorenzo (linda camisa inclusive), algo não muito fácil em tempos de transição do amadores para o profissionalismo e fora de campo, descobriu nada menos que o maior jogador do século passado, multi campeão no Santos e na Seleção Brasileira.

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  4. Pelo que fiquei sabendo também, tentou também trazer o Rei Pelé para jogar no São Paulo, onde este foi recusado por ser franzino, de baixa estatura e por ser negro, dizem. Será isso verdade?

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