Ronaldo, ídolo do Corinthians
Um dos grandes goleiros do final da década de 80 e início
dos 90. Ronaldo Soares Giovanelli foi um dos maiores da história do Sport Club
Corinthians Paulista, onde começou a ficar conhecido em 1988, ao ganhar a
posição do experiente Carlos. Carismático, líder, verdadeiro, explosivo, mas,
sem sombra de dúvidas, um grande cara, Ronaldo fez amigos por onde passou
durante a carreira.
Nascido em São Paulo no dia 20 de novembro de 1967, Ronaldo
iniciou nas categorias de base do Corinthians, treinando no famoso terrão ao
lado da marginal do Rio Tietê. O goleiro se destacava por sua elasticidade e
por praticar defesas difíceis, que jogadores comuns da posição não conseguiam.
O goleiro defendeu a meta corintiana por 10 anos
Em 1988, então com 20 anos, o então jovem goleiro corintiano
fez sua estreia na equipe principal corintiana. O técnico do time, Jair
Pereira, não contava com Carlos, que estava machucado. O treinador resolveu
apostar na revelação da base do Timão. E não se arrependeu.
Não era qualquer jogo. Era um clássico contra o São Paulo,
no Morumbi. Para espanto de muitos, Ronaldo parecia um jogador experiente em
sua estreia. O Corinthians venceu a partida por 2 a 1 (com gols de Edmar e
Wilson Mano) e o goleiro foi eleito o melhor do jogo, defendendo inclusive um
pênalti batido pelo zagueiro Darío Pereyra.
A partir daquele momento, Ronaldo seria titular do gol
corintiano por 10 anos. No seu ano de estreia, sagrou-se campeão paulista,
título conquistado também nos anos de 95 e 97. Também foi destaque no primeiro
título brasileiro do Timão, em 1990, e na conquista da Copa do Brasil, em 1995. Ronaldo tinha uma característica de estar sempre posicionando os zagueiros do time e esbravejava quando tomava gols.
Sendo entrevistado em sua rápida passagem pelo Cruzeiro
Pelo seu grande talento, jeito de ser, garra e por ter sido
criado dentro do clube, o goleiro tornou-se um grande ídolo da Fiel, sendo
venerado até hoje pelos torcedores. Com certeza, Ronaldo era, dentro de campo,
o que todo corintiano queria ver em seus jogadores. Suas grandes defesas eram sempre acompanhadas dos gritos de "Ronaldoooo" dos torcedores e dos narradores dos jogos, seja no rádio ou na televisão.
Apesar da ótima forma, Ronaldo teve poucas chances na
Seleção, o que foi uma injustiça. Em 1990, ele e Sérgio Guedes, que era do
Santos, poderiam muito bem estar entre os três goleiros convocados, nos lugares
de Acácio e, principalmente, Zé Carlos. Lazaronni preferia os goleiros do Rio
de Janeiro, o que provocou a ira dos comentaristas paulistas. Vale ressaltar
que o técnico da seleção na época deixou de fora o também corintiano Neto, melhor
jogador do Brasil naquele momento.
Alemanha x Brasil em 1993: Ronaldo titular da seleção
Em 1994, Ronaldo estava em melhor fase do que Gilmar,
goleiro que na época estava no Flamengo e foi convocado por Parreira como o
terceiro da posição para a Copa. Pela seleção, o goleiro fez apenas dois jogos
e esteve entre os 22 convocados para a Copa América de 1991.
Fã de Elvis Presley, Ronaldo chegou a gravar um CD, como
vocalista, da banda “Ronaldo e os Impedidos” que vendeu aproximadamente 40 mil
cópias, prova do sucesso que ele tinha com a Fiel Torcida. Foi produzido também
o clipe da música de trabalho, “O Nome Dela”, que foi constantemente veiculado
na MTV Brasil, ficando entre o Top 10 da emissora durante várias semanas. A
venda do disco só não foi maior porque a gravadora, Castle Music Brasil, fechou
logo em seguida ao lançamento do CD. Anos depois, chegou a gravar um segundo
disco, de forma independente.
Ronaldo jogando pela Briosa
Ronaldo deixou o Corinthians após o Torneio Rio-São Paulo de
1998, dispensado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, assumiu a equipe alvinegra
no início daquele ano. O goleiro fez 601 jogos pelo Timão, sendo o terceiro
atleta que mais vezes vestiu a camisa do clube no futebol profissional.
Foi jogar no Fluminense, mas não foi feliz. A equipe carioca
vivia uma crise e para piorar as coisas foi rebaixada para a terceira divisão
do Brasileiro. No ano seguinte, ele foi defender a Internacional de Limeira e o
Cruzeiro. Em 2000, Ronaldo jogou pela Portuguesa e pelo Gama e em 2001 acertou
com a Ponte Preta. Depois defendeu ainda o ABC de Natal e Metropolitano.
Ronaldo encerrou a carreira em 2006, após jogar duas temporadas pela Portuguesa
Santista.
O ex-goleiro é vítima da doença alopécia areata. Disse em
entrevista à Folha de São Paulo que ficou careca em 15 dias, com um bom humor
raro! Após encerrar a carreira, Ronaldo fez algumas partidas de Showbol e virou
comentarista, trabalhando nas Rede TV!, Record, Bandeirantes e rádios Kiss e Transamérica.
Ronaldo atualmente
Antes de encerrar o artigo, vou contar uma história. Na
época em que Ronaldo defendia a Portuguesa Santista, eu, Victor de Andrade,
pude conversar com o grande goleiro. Como fui um dos únicos torcedores da Briosa
que se deslocaram até Campinas para assistir o jogo contra o Guarani, em 2005, o chefe
da delegação do clube, o saudoso Luiz Padeiro, me convidou para jantar com
todos em uma churrascaria na cidade.
Após o jantar, puxei conversa com Ronaldo no estacionamento
da churrascaria, em frente ao ônibus da delegação. O jogador foi muito solicito
e iniciamos o papo. O assunto: música! Falamos sobre rock, o disco que ele
gravou em 1997, Elvis Presley e Raul Seixas. Naqueles 30 minutos de conversa,
enquanto esperávamos os outros jogadores terminarem a janta, percebi o que
muitos já tinham falado. Além de um grande goleiro, Ronaldo era um cara fora de
série.
Aliás, foi na Portuguesa Santista que tive a comprovação de que Ronaldo era adorado pela Fiel. Nos dois jogos da Briosa contra o Corinthians, a torcida alvinegra ovacionou o goleiro, mesmo jogando pelo adversário. São poucos que conseguem isso. E Ronaldo conseguiu!
Aliás, foi na Portuguesa Santista que tive a comprovação de que Ronaldo era adorado pela Fiel. Nos dois jogos da Briosa contra o Corinthians, a torcida alvinegra ovacionou o goleiro, mesmo jogando pelo adversário. São poucos que conseguem isso. E Ronaldo conseguiu!
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