Um excepcional goleiro, líder, ídolo no Nacional de
Montevidéu e no Santos FC. Conhecido como ‘El Paredón’ ou ‘O Paredão’, seu nome
virou expressão para os grandes jogadores da posição. Foi, com certeza, um dos
cinco maiores arqueiros da década de 80 no mundo. Este é Rodolfo Sergio
Rodriguez y Rodriguez ou, simplesmente, Rodolfo Rodriguez.
Nascido em Montevidéu no dia 20 de janeiro de 1956,
Rodolfo Rodriguez começou a jogar no Cerro, clube da periferia da capital
uruguaia. Estreou nos profissionais da equipe com 20 anos, em 1976, e logo chamou
a atenção dos fãs do futebol no Uruguai. O Nacional foi mais rápido e o levou
para o Gran Parque Central.
Rodolfo defendendo o Nacional na Copa Intercontinental
Logo de cara, deu para perceber que Rodolfo Rodriguez era
capaz de fazer defesas incríveis em chutes difíceis, onde a maioria dos
goleiros sofreriam os gols. Com suas grandes atuações pelo Bolso,
principalmente na Libertadores de 1980, quando o Nacional chegou ao título, não
demorou muito para que o arqueiro fosse convocado para a Seleção Uruguaia.
Em 1981, a Associação Uruguaia de Futebol organizou o
Mundialito de Futebol, que contou com todas as seleções campeãs mundiais até
então e mais a Holanda. Na final do torneio, Rodolfo Rodriguez, que era o capitão da equipe, fez mais uma das
suas brilhantes atuações e garantiu o título para o Uruguai contra o Brasil.
Levantando a taça do Mundialito
No Bolso, ele continuava a ter grandes atuações,
conquistando o título uruguaio nos anos de 1977, 1980 e 1983, além da Copa Intercontinental
de Clubes em 1980. No Brasil, o presidente do Santos à época, Milton Teixeira,
já estava de olho no goleiro.
Rodolfo Rodriguez chegou ao Santos em 1984, comprado por
US$ 120 mil, preço alto para um arqueiro na época. O uruguaio se juntaria a
Serginho Chulapa, Paulo Isidoro, Dema, Gilberto Sorriso e Zé Sérgio para a
disputa do Campeonato Paulista, título que o Santos não conquistava desde 1978.
No Santos, o goleiro marcou época
Logo nas primeiras partidas, ele mostraria que todo o
esforço para contratá-lo valeu a pena. Líder dentro de campo, Rodolfo Rodriguez
comandava a já experiente defesa, formada por Marcio Rossini e Toninho Carlos,
como se já tivesse há anos na equipe. O Santos vinha liderando a competição,
mas um lance do goleiro marcou época.
No dia 14
de Julho, na Vila Belmiro, ele protagonizou uma das mais fantásticas sequências
de defesas da história do futebol. Rodolfo Rodriguez faz uma série incrível de
defesas contra o América de Rio
Preto, que viraram referência toda vez que se fala em grande lance de goleiros.
Foram cinco defesas consecutivas no total, enquanto a defesa do Santos assistia
inerte aos milagres do guerreiro uruguaio. O atacante Tarcísio, do América, depois
do jogo, declarou estupefato: Rodolfo
era "maior que o gol". Em 2010, ele foi homenageado pelo clube,
ganhando a “Defesa de Placa”.
A espetacular seqüência de defesas contra o América
O Santos conquistou o Campeonato Paulista de 1984 ao
vencer, na última rodada, o Corinthians por 1 a 0 no Morumbi. A torcida fez uma
grande festa naquele domingo e o uruguaio, naquele momento, já era, ao lado de
Serginho, o grande ídolo dos santistas, sendo venerado por muitos.
Em 1985, Rodolfo Rodriguez foi o grande líder da Seleção
Uruguaia nas Eliminatórias para a Copa de 1986. Vale ressaltar que a Celeste
ficou de fora dos Mundiais de 1978 e 1982. Com o goleiro em grande fase, o
Uruguai garantiu sua vaga no México.
Porém, nas vésperas da Copa do Mundo, Rodolfo Rodriguez
teve uma forte lesão nas costas. A Comissão Técnica resolveu bancar a presença
do goleiro no Mundial, mas, mesmo sendo inscrito como a camisa 1, como ele não
estava totalmente recuperado ficou no banco de reservas, não fazendo sequer um
jogo em Copa.
Em Portugal, jogou pelo Sporting
Nos anos seguintes, o Santos iniciaria um período de
vacas magras, que acabaria apenas em 2002. Entre 1985 e 1988, Rodolfo Rodriguez
era um oásis em meio a times fracos e outros um pouco melhores, mas que na hora
H falhava na conquista das taças. Porém, o goleiro garantia muitas vitórias e,
consequentemente, o bicho do elenco com suas grandes defesas.
Em 1988, Rodolfo Rodriguez foi negociado com o Sporting
de Portugal e deixaria saudades na torcida do Santos. Muitos o consideram o
maior jogador do clube na década de 80. Em Portugal, Rodolfo Rodriguez continuou a fazer suas
grandes defesas, mas em 1990, com 34 anos, resolveu voltar para o Brasil. A
Portuguesa foi o clube que lhe abriu as portas nesta volta, mas como todo
jogador, o período de queda vem e Rodolfo não conseguiu ser tão brilhante como
nos outros clubes.
Antes de um jogo pela Portuguesa no Mineirão
Em 1992, Rodolfo Rodriguez rescindiu com a Portuguesa e
como o Bahia precisava de um goleiro, ele aportou em Salvador. Defendendo o
tricolor baiano, em um lance inusitado acontecido em um Cruzeiro e Bahia, em
1993, ele acabou conhecendo o até então menino Ronaldo, de apenas 17 anos, que
mais tarde viria a se transformar no Fenômeno.
O Cruzeiro vencia a partida por 5 a 0, sendo
quatro gols de Ronaldo. Rodolfo estava doido com a dupla de zaga de sua equipe,
fez uma defesa e ao reclamar com os zagueiros, soltou a bola. O garoto de 17
anos roubou a "redonda" e marcou o sexto gol da Raposa. O experiente
goleiro não imaginava quem seria Ronaldo.
Rodolfo Rodríguez se aposentaria em 1994, ainda pelo
Bahia, em um momento difícil em sua vida, já que seu pai estava muito doente e
ele tinha que, ao mesmo tempo, cuidar dele e jogar pela equipe baiana.
O famoso lance de Rodolfo Rodriguez e Ronaldo
Me surpreendo a cada novo post. quando criança nas peladas era um dos goleiros que mais admirava e fingia ser. foi um gigante nos anos 80 e mesmo no final de sua carreira despertava minha admiração e interesse. O vi jogar ainda quando estava no Bahia, brilhou demais na seleção, Santos e Nacional especialmente, foi extremamente vencedor e honrou as camisas que vestiu. Certamente um dos melhores na posição, esta sempre na minha lista de goleiros.
ResponderExcluirum goleiro espetacular,até hoje nao vi outro como ele.
ResponderExcluir