Josimar comemorando gol na Copa de 1986
Ídolo do Botafogo na época das vacas magras da década de
80, ao lado do volante Alemão, o ex-lateral direito deixou sua marca ao
disputar a Copa de 1986, no México. Ao virar titular a partir do terceiro jogo daquele
mundial, ele fez belos gols contra Irlanda do Norte e Polônia.
Carioca nascido no dia 19 de setembro de 1961, Josimar
iniciou a carreira no Botafogo desde as categorias de base. Um grande amigo
meu, Aguinaldo Pereira da Costa, foi parceiro de do lateral nos times menores
da Estrela Solitária. Já naquela época, o jogador demonstrava um fôlego fora do
comum e facilidade de chutar forte de fora da área.
Ele foi lançado na equipe profissional do Glorioso em
1981. Era um período de vacas magras da equipe de General Severiano, mas
Josimar começou a se destacar. Suas boas atuações já chamavam a atenção de
todos que acompanhavam o futebol, principalmente no Rio de Janeiro.
Em 1986, ele viveu seu melhor momento na carreira. Era o ano da Copa do Mundo no México e, a princípio, o técnico Telê Santana havia convocado os laterais-direitos Leandro, do Flamengo e que havia sido o titular em 1982, e Edson Boaro, do Corinthians. Leandro pediu dispensa depois de um episódio de fuga da concentração, onde apenas Renato Gaúcho foi cortado pelo treinador. Leandro foi solidário ao amigo e saiu do grupo.
Assim, Josimar teria sua grande chance. Telê Santana o convocou para o lugar do lateral do Flamengo e, assim, o botafoguense estava entre os 22 jogadores que foram defender o Brasil no México.
Josimar foi reserva de Edson nos dois primeiros jogos do Brasil na Copa do Mundo: vitórias contra Espanha e Argélia, ambas por 1 a 0. No segundo jogo, Edson sentiu uma contusão e Junior quebrou o galho na direita até o fim da partida. Naquela época, apenas cinco jogadores podiam ficar no banco de reservas no Mundial e Josimar não estava entre eles, ao contrário de hoje onde todos os convocados ficam à disposição.
A grande chance da carreira do atleta viria no dia 12 de junho de 1986. A Seleção Brasileira entrava em campo contra a Irlanda do Norte e Josimar fazia seu primeiro jogo como titular em uma Copa do Mundo com a camisa 13. A apreensão era grande, pois o lateral não tinha muita experiência com a camisa amarela.
A grande chance da carreira do atleta viria no dia 12 de junho de 1986. A Seleção Brasileira entrava em campo contra a Irlanda do Norte e Josimar fazia seu primeiro jogo como titular em uma Copa do Mundo com a camisa 13. A apreensão era grande, pois o lateral não tinha muita experiência com a camisa amarela.
Careca fez 1 a 0 para o Brasil aos 15 minutos de jogo e Josimar estava bem. Para confirmar que não estava sentindo o peso da estreia, ele recebe uma bola fora da área e acerta um tirombaço no ângulo. Brasil 2 a 0 e festa no Estádio Jalisco, em Guadalajara. No segundo tempo, Careca deu números finais ao jogo. Brasil 3, Irlanda do Norte 0 e a seleção passava em primeiro do Grupo D.
Em todo o mundo, os cronistas esportivos comentavam o belo gol que Josimar fez. Porém, seus feitos naquele Mundial não terminariam por ali. Quatro dias depois, nas oitavas de final contra a Polônia, o lateral mostraria que aquele chute não foi por acaso. O jogo começou com o Brasil dominando e, aos 30 minutos, Sócrates, de pênalti, abriu o marcador. A Seleção foi para o intervalo vencendo.
Aos 10 minutos da segunda etapa viria o lance que entraria para a história das Copas como um dos gols mais bonitos de sua história. Josimar recebe passe de Alemão, passa por dois poloneses e, praticamente sem ângulo, acerta uma bomba que balançou as redes. Um golaço! Edinho e Careca fecharam o placar de 4 a 0 para o Brasil.
Josimar virou a sensação da Copa do Mundo de 1986, tanto que em muitas escolhas dos melhores daquele mundial, seu nome aparece na lateral-direita. Josimar jogou bem contra a França, nas quartas de final. Porém, como todos sabem, o Brasil foi eliminado nos pênaltis pelos ‘Le Bleus’.
Na volta ao Brasil, o lateral foi um dos mais ovacionados
pelos torcedores. Josimar continuou no Botafogo até 1989, quando foi titular na
campanha em que o clube conquistou o título de campeão estadual depois de 20
anos. Após a competição, o jogador foi vendido para o Sevilla da Espanha.
Jogou pouco na Espanha. Foi emprestado ao Flamengo, onde
também não vingou. Depois também teve passagens apagadas pelo Internacional, em
1991, Novo Hamburgo (RS), em 1992, Bangu, Uberlândia (MG), Fortaleza, Fast Club, Baré, futebol boliviano e
venezuelano. Encerrou a carreira profissional em 1996, no Mineros de Guayana, da
Venezuela, mas nem de longe lembrava o grande lateral da Copa do Mundo de dez
anos antes.
O que mais prejudicou o futuro de Josimar, que prometia
ser um dos melhores laterais-direitos da história do futebol brasileiro, foi,
infelizmente, seu envolvimento com as drogas e as más companhias. Mas o ex-lateral é tão respeitado que virou nome de revista sobre futebol na Noruega.
Na Seleção, o lateral direito ainda foi campeão da Copa
Stanley Rous em 1987 e fez parte do elenco que disputou as Eliminatórias para a
Copa de 1990, mas ficou de fora da lista dos 22 convocados que foi à Itália.
Naquela época, sua carreira já estava em decadência. No total, fez 16 jogos
pela seleção canarinho e os dois gols em 1986 foram os únicos com a camisa
amarela.
Josimar é pai de seis filhos. Um deles, Josimar Júnior
iniciou carreira no futebol no Botafogo e hoje é mais um 'funcionário da bola'. O
solteiro Josimar, além do trabalho social, frequenta uma igreja evangélica e tenta
apagar a má fama do passado morando em Boa Vista, capital de Roraima.
O blog tem se notabilizado pelas boas lembranças, boas histórias e registros inclusive fotográficos, as camisas são um show a parte.
ResponderExcluirDeus te abençoe Josimar.tive a felicidade de ver jogar na copa de 1986 .
ResponderExcluirDeus te abençoe Josimar.tive a felicidade de ver jogar na copa de 1986 .
ResponderExcluirSó uma retificação: o artigo diz que Josimar jogou no Internacional em 1991. Na verdade, ele esteve no clube gaúcho em 1990, no primeiro semestre.
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