O Defensor marcou época no futebol uruguaio dentro e fora de campo
Os países sul-americanos sofreram, na década de 70, uma onda de repressiva, onde golpes militares instalaram governos ditatoriais no Brasil, Chile e Argentina. Estes regimes impuseram aos países o terror de Estado, marcado pelas torturas, mortes e desaparecimentos de opositores políticos. No Uruguai, o regime militar teve início em 1973 e não foi diferente dos países vizinhos.
Os uruguaios acompanhavam a tentativa do governo ditatorial em buscar no futebol uma forma de fazer propaganda, escondendo os mandos e desmandos dos militares. Porém, o que o regime totalitário não esperava é que no próprio esporte surgiria uma resistência à ditadura, o time que “cambió la historia”: o Defensor de 1976, conhecido como los ”chicos”, que significa pequenos em espanhol.
A equipe violeta era comandada por José Ricardo de León, com estreitas relações com a oposição à ditadura uruguaia. Por conta de suas posições políticas, o técnico já tinha sido afastado do comando da seleção celeste.
José Ricardo de León, hoje com 92 anos
Mas para a diretoria do pequeno clube do Parque Rodó, no bairro de Punta Carretas, em Montevidéu, isso pouco importava. Cabia ao treinador criar um estilo de jogo que levasse o Defensor disputar o título do Campeonato Uruguaio, jogando frente a frente com os grandes Peñarol e Nacional.
No campo, León privilegiou um estilo de jogo baseado na pressão sem a bola, velocidade na troca de passes, alternando agressividade e técnica. Porém, a ideologia política de León começou a contagiar seus comandados e torcedores, já que muitos não estavam satisfeitos com a ditadura.
Com a junção do esporte e a resistência à ditadura, o estádio Luis Franzini passou a ficar lotado, já que os adeptos de outras equipes passaram a frequentar os jogos do time violeta. No local, eles podiam se manifestar politicamente contra o regime militar.
A volta olímpica após a conquista do título
De acordo com o escritor Mario Benedetti, “nesse ano de 1976, o Defensor viveu um momento único, que se traduziu na revolta dos oprimidos contra os senhores, a que ninguém poderia ficar indiferente, nem mesmo um adepto nacionalista como eu. Todos vibrámos com a vitória dos “chicos”, Estava ali a prova que a ditadura não era uma entidade inabalável”.
E se a história ficasse apenas na luta contra a ditadura já teria sido ótimo, o resultado dentro de campo não ficou longe disso. Com o apoio dos novos adeptos e o estilo de jogo implantado por León, o Defensor sagrou-se campeão uruguaio de 1976.
O primeiro título do clube do Parque Rodó quebrou uma hegemonia de quatro décadas de títulos de Peñarol e Nacional. Era uma equipe que marcava história dentro e fora de campo.
Para coroar este grito de liberdade, o Defensor conquistou o título nacional no dia 25 de julho de 1976, ao vencer o Rentistas no Luis Franzini por 2 a 1, e, na comemoração, seus jogadores deram uma volta olímpica no sentido anti-horário, ou seja, começando pela esquerda. Embora este tenha sido considerado um ato ‘’normal’’ por muitos, na verdade era uma expressão de liberdade.
Faixa da torcida do time com a frase "Defensor cambió la historia"
É claro que o regime ditatorial não deixaria barato. Para a disputa da Libertadores, no ano seguinte, o governo prendia a emissão de passaportes dos jogadores violetas. Isso acabou atrapalhando demais o desempenho da equipe na competição sul-americana. Porém, nada apagou o marco desta equipe.
A ditadura uruguaia teve fim dez anos depois do início, em 1985. Porém, até hoje é possível ver faixas dos torcedores do Defensor no Luis Franzini com a frase “Defensor cambió la historia”.
Há uma série produzida pelo Fox Sports Latino, chamada Fuimos Heroes, onde conta a história de times pequenos da América do Sul que chegaram ao título nacional. O capítulo onde fala do Defensor Sporting de 1976, em espanhol, está no Youtube e você pode conferir abaixo:
Obrigado Victor. A torcida de Defensor animada!
ResponderExcluir¡¡¡¡Grande LA VIOLA!!!
ResponderExcluir¡¡¡¡Grande LA VIOLA!!!
ResponderExcluirMuy buen Blog y una muy linda nota! un abrazo violeta! aguante defensor!
ResponderExcluirótima matéria!
ResponderExcluirEl dia que la cometa de la farola pinto de violeta el cielo uruguayo...salud campeones!!! Entrar en la historia fue el mayor èxito.
ResponderExcluirEl dia que la cometa de la farola pinto de violeta el cielo uruguayo...salud campeones!!! Entrar en la historia fue el mayor èxito.
ResponderExcluirEl dia que la cometa de la farola pinto de violeta el cielo uruguayo...salud campeones!!! Entrar en la historia fue el mayor èxito.
ResponderExcluirFelicitaciones Victor de Andrade por esta magnífica historia. Al Glorioso Defensor Salud!
ResponderExcluirEl primer club que rompió la hegemonía de los tricopeñas (Nacional y Peñarol) fue Montevideo Wanderers, que en enero de 1975 dejó por primera vez fuera de la Copa Libertadores a uno de los menos chicos, en ese caso a Nacional ganándole por 2 a 1 con goles del centro delantero "Chiricuto" De Los Santos y el puntero izquierdo W. "Trapo" Olivera a los 2 minutos de los descuentos del 2do. tiempo. El árbitro del partido fue José Luis "Toti" Martínez Bazán, ya fallecido hace algunos años
ResponderExcluirLa nota habla de ganar campeonatos urugusyos , habla de la era profesional y ahi Defensor quebro la historia , despues siguieron otros, Danubio, Progreso, Bella Vista , Central.
ResponderExcluirEn cuanto al programa Fuimos heroes esta muy bien, aunque me quepan las generales de la ley, ya que al hincha que entrevistan al final es a mi