Equipes perfiladas para a partida
Em uma manhã de outono surpreendentemente ensolarada em
Santos, quase nada deu certo para a Portuguesa Santista. A Briosa perdeu para o
Mauaense por 3 a 1 em Ulrico Mursa. O jogo foi um festival de erros do sistema
defensivo da equipe da casa e do trio de arbitragem.
Antes de tomar o meu lugar para acompanhar a partida, eu, Victor de Andrade,
fui até o local reservado para a torcida do Mauaense e cumprimentei meu
grande amigo Luiz Gustavo Folego. Até aquele momento, Folego era o torcedor
solitário do clube da grande São Paulo. Mas ele não ficou sozinho até o fim da
partida. Logo após o apito inicial do árbitro, parentes do meia do Mauaense
Kauê, que é de Santos, chegaram e fizeram companhia para esse parceirão.
Luiz Gustavo Folego e Victor de Andrade
O jogo começou com a Portuguesa indo para cima do Mauaense. E no primeiro lance, em bola alçada na área em uma cobrança de falta, a pelota encontrou o zagueiro Cocada no segundo pau. Ele não vacilou e balançou as redes. Gol da Portuguesa mal anulado pela assistente Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo. Foi aí que começou a lambança do trio de arbitragem e o primeiro tempo de pesadelos para a torcida rubro verde.
Aos 8 minutos, sai o primeiro gol válido da partida. Lucas Gomes aproveita uma bola mal recuada, ganha a
jogada do zagueiro Cocada e toca bonito, de cobertura, na saída do goleiro Pablo.
Mauaense 1 a 0. A Portuguesa foi para cima, tentando o empate, mas deixando o
contra-ataque para a equipe visitante. E foi assim que o Mauaense chegou ao
segundo gol, aos 26 minutos. A Briosa perdeu uma bola fácil no ataque, o
zagueiro Cícero escorregou e a bola foi rolada para Caio, que furou na primeira
tentativa, mas na segunda não vacilou e marcou 2 a 0 para a equipe da
Grande São Paulo.
Partida foi realizada sob forte calor
Vale destacar a boa atuação do meia Kauê. E o terceiro gol dos visitantes saiu dos pés dele. Puxando um contra-ataque, Kauê se enrolou com Ítalo dentro da área. O lateral da Portuguesa caiu em cima da bola e o árbitro Gilmar Pedroso Rocha marcou pênalti no duvidoso lance. Na cobrança, aos 46, o próprio Kauê bateu e fez 3 a 0 para o Mauaense.
O técnico da equipe azul, Jobel Mendes, provocou os torcedores da Briosa que
estavam no alambrado com gestos obscenos e palavrões, causando a ira de todos
que estavam no local. O treinador visitante, que alegou terem jogado um copo de
cerveja nele, e o trio de arbitragem foram os alvos preferidos dos xingamentos
dos rubro-verdes no intervalo, causando um verdadeiro alvoroço nas
arquibancadas do Ulrico Mursa.
Na volta do intervalo, o árbitro decidiu continuar a partida apenas se fosse
reforçada a presença de policiais no estádio. Isto provocou um atraso de 22
minutos. Mas o período parado acabou me dando mais um excelente causo de futebol.
Torcida da Portuguesa cantou o jogo inteiro,
mesmo com o placar adverso
No alambrado, conversei com o treinador de goleiros do Mauaense, Ceará, que trabalhou em Ulrico Mursa em 2011. Ele contou que guarda com muito carinho a sua passagem pela equipe da Baixada e não acreditou quando viu que, em 2012, a Briosa não jogou a Série A3, após todo o caso do problema de jogador irregular do Barretos, no ano anterior. “No domingo, comemoramos o acesso depois da partida, dentro do campo. Na segunda, houve uma bela churrascada de confraternização e, no dia seguinte, recebemos o bicho pelo acesso. Não foi muito dinheiro, mas como já estava chegando o final de ano, os presentes de Natal da família ficaram garantidos”, disse com um bom humor invejável.
Depois de muita discussão entre trio de arbitragem, comissões técnicas e diretores de ambas as equipes, teve início o segundo tempo. O técnico da Briosa,
Serginho, sacou o volante Joéber e colocou o meia Carlos Henrique. E foi com
ele que a Portuguesa diminuiu em uma bela jogada, aos 8 minutos, onde o meia
passou por três jogadores e tocou na saída do goleiro Pezão. Portuguesa 1,
Mauaense 3.
A Briosa foi para o abafa, empurrada por sua fanática torcida que não parou de cantar, mas não teve muito sucesso em suas investidas.
Porém, o trio de arbitragem continuou com suas lambanças. Em um contra-ataque,
Kauê foi atropelado pelo zagueiro Cícero dentro da área. Pênalti claro para o
Mauaense que o árbitro não marcou.
Ao final, 3 a 1 para o Mauaense
Em seguida, em uma cobrança de lateral da Portuguesa, a bola resvalou na cabeça do zagueiro da Mauaense e sobrou para o atacante Cláudio Bala, que havia entrado no lugar de Moacir. A assistente Márcia Bezerra Lopes Caetano conseguiu marcar impedimento no lance, sendo que a bola, em nenhum momento entre a cobrança de lateral e o domínio do atacante, tocou em qualquer jogador da Portuguesa. Uma pessoa que entenda o mínimo de regra de futebol sabe que um lance do tipo é legal. Inclusive, o meia e capitão da Briosa, Ricardinho, chamou a atenção da assistente pelo grave erro dela.
O Mauaense conseguiu segurar o resultado, mesmo com o cansaço de seus atletas devido ao calor. Ao final dos 90 minutos, Portuguesa Santista 1, Mauaense 3, para um público de 793 pagantes. Agora, a Portuguesa Santista vai a Suzano no próximo sábado enfrentar o ECUS às 15 horas. O Mauaense joga no mesmo dia e horário contra o Taboão da Serra em casa.
Um péssimo resultado para a Briosa, fazer os resultados em casa é essencial para qualquer que seja a pretensão positiva, a equipe da Baixada vai precisar buscar esses pontos fora de casa e corrigir os erros para que possa reencontrar as vitórias e reforçar a luta pelo acesso.
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