O histórico time campeão em 2001
Ontem falamos sobre o time do Belenenses de 1946, o primeiro clube português a vencer a liga fora os três grandes lusitanos: Benfica, Porto e Sporting. Hoje, o tema é sobre a segunda e, até agora, última equipe a quebrar esta escrita, o Boavista Futebol Clube na temporada 2000/2001.
O Boavista foi fundado na no Porto em 1903 por jovens
portugueses e ingleses e cresceu sendo a segunda equipe da cidade. O clube da
camisa xadrez foi o primeiro em Portugal a se profissionalizar, mas sempre ficou
à sombra do FC do Porto, a grande equipe local.
Um grande momento para o Boavista aconteceu na década de
70, quando a equipe se firmou na primeira divisão. Foi nesta época em que o
clube, dentro de campo começou a ser uma pedra no sapato dos três grandes
portugueses, pois conseguiu o vice-campeonato na temporada 1975/76, dois pontos
atrás do Benfica. Além disso, nos anos de 1975, 76 e 79, o Boavista conquistou
a Taça de Portugal.
O clube teve uma queda de desempenho na década de 80, mas
logo voltou a incomodar o trio de ferro nos anos 90, conseguindo três terceiros
lugares no Campeonato Português. Mas o grande momento viria mesmo a partir da
temporada 1995/96, com uma nova conquista da Taça de Portugal.
A bela taça
Os Panteras eliminaram Sporting e Benfica na campanha
vitoriosa. Na decisão contra os benfiquistas, valeu a qualidade do craque
daquele time: Erwin ‘Platini’ Sánchez. O meia boliviano marcou dois gols e,
depois de cinco anos estrelando os alvinegros, acabou contratado justamente
pelo Benfica na temporada seguinte.
O título, porém, levou ao desmanche na temporada
seguinte. O elenco perdeu seus principais destaques ofensivos. Além de
Sánchez, também foram vendidos Hasselbaink, e Nuno Gomes, seu principal
parceiro no ataque, autor de 15 tentos. E o impacto nos resultados foi
evidente. Os axadrezados fizeram um primeiro turno horrível na liga, fechando a
metade inicial da campanha em 13º e flertando com o rebaixamento.
O insucesso abriu as portas para a mudança. Jaime Pacheco
foi contratado como técnico do Boavista em dezembro de 1997. Meio-campista da
seleção portuguesa e campeão europeu pelo Porto em 1987, o veterano tinha
começado sua carreira como treinador quando ainda atuava.
A partir de 1998, os resultados do Boavista em campo
melhoraram exponencialmente. Sob as ordens de Pacheco, os axadrezados venceram
13 de seus últimos 20 jogos pelo Campeonato Português. Na temporada seguinte, mesmo
oito pontos atrás do Porto, o Boavista foi vice, chegando até a liderar por
três rodadas. Em 1999/2000, o título passou longe.
Capa do jornal A Bola
Um passo importante para o Boavista em 2000/01 foi a
conclusão das obras de infraestrutura nas quais o clube tinha investido nos
anos anteriores. O dinheiro da venda dos destaques do time tinham sido
destinados para cobrir a construção de um moderno centro de treinamentos. O
complexo esportivo do Bessa foi inaugurado em agosto de 2000, contando também
com um estádio e um centro comercial para gerar lucros.
O dirigente cumpriu a promessa, mas mantendo a diretriz
de observar muito bem o mercado, sem gastar muito nas transferências.
Sobretudo, buscando jogadores brasileiros pouco conhecidos por aqui, tática que
se tornou praxe entre as equipes médias portuguesas. Naquela temporada,
chegaram aos Panteras nomes essenciais para terminar de formar o elenco campeão
e também para repor algumas perdas.
O Boavista demorou um pouco a demonstrar que realmente
poderia ficar com a taça do Portuguesão em 2000/01. Nas 11 primeiras rodadas, o
líder foi o Porto. E foi justamente vencendo o dérbi municipal que o
Boavista conseguiu se alçar ao primeiro lugar. Martelinho marcou o gol decisivo
no Estádio do Bessa. Já na rodada seguinte, a derrota dos portistas no clássico
contra o Benfica deixou os axadrezados com quatro pontos de vantagem na
primeira rodada do segundo turno. A partir daquele momento, ninguém mais
conseguiria tirá-los do topo.
Até a confirmação do título, o Boavista só perderia para
o Braga. A equipe de Jaime Pacheco segurou o 0 a 0 no reencontro com
o Benfica, em Lisboa. Já contra o Sporting, Martelinho se consagraria como
autor de gols decisivos, garantindo a vitória por 1 a 0 no Bessa aos 44 do
segundo tempo. Na penúltima rodada, uma antes da visita ao Porto no Estádio das
Antes, os Panteras lideravam com quatro pontos de vantagem.
Precisariam vencer em casa o já rebaixado Desportivo Aves
para evitar a “decisão” na casa dos adversários. Sem maiores problemas: 3 a 0
para os alvinegros, com Elpídio Silva e Wheliton decidindo. Com a faixa no
peito, o Boavista foi goleado por 4 a 0 pelo Porto. Um tropeço que não servia mais
para derrubar o time da liderança, com dois pontos de vantagem.
O Boavista não conseguiu manter o bom elenco por muito
tempo. A sangria definitiva no elenco aconteceu em 2004. Desde então, o
Boavista não foi além do sexto lugar no Campeonato Português. E as desgraças se
acumulavam fora de campo.
Valentim Loureiro foi um dos implicados pelo escândalo do
Apito de Ouro, condenado a quatro anos de prisão. Por tentar coagir e subornar
árbitros na temporada de 2003/04, o Boavista foi rebaixado à segunda divisão em
2007/08. Praticamente falido, o clube ainda cairia à terceirona no ano
seguinte. E o retorno à elite só foi conquistado na justiça, logo após terem
conquistado o acesso à segunda divisão na temporada passada.
Porém, o que aconteceu na temporada de 2000/2001 foi um
marco no futebol português. A última vez, até o momento, em que um time foi
campeão português fora os três grandes.
* Com informações
do site www.trivela.com.br
O futebol Português acaba sendo realmente monopolizado pelos três maiores vencedores, esse time até hoje esta na memória e corações de muitos dos admiradores do futebol. É uma das camisas inclusive que eu busco até hoje para minha coleção. Um feito histórico até hoje, um grande feito. É uma pena que o clube tenha se desorganizado tanto depois da conquista, caiu e passou grandes apuros.
ResponderExcluirCamisa linda!
ResponderExcluirPena que a declaração do jogador no jornal não foi adiante... "Este título poderá modificar muita coisa no futebol português"
Uma pena mesmo que não foi, na realidade no ano seguinte tudo continuou como era e o clube teve uma queda absurda. Para o futebol ficou a mesma coisa e para o clube piorou e muito. uma pena. é uma camisa linda mesmo;
ExcluirNão conhecia essa história, ótima escrita!
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