Dança da Bundinha, grama comida e o título carioca do Fogão em 97

Jogadores do Botafogo fazem a Dança da Bundinha

Botafogo e Vasco, duas das equipes mais tradicionais do futebol carioca, já decidiram vários torneios. Entre eles, um dos que ficou na memória foi o estadual de 1997, mas por um fato pitoresco, por causa de uma provação e uma dança muito popular na época.

Aliás, aquele foi um campeonato que terminou em data posterior ao planejado. Tudo porque o Vasco pediu o adiamento da última rodada do terceiro turno, devido à convocação de seus jogadores para a Copa América, que foi realizada na Bolívia, e Seleção Sub-20. Como o mandatário cruzmaltino, Eurico Miranda, era aliado do presidente da FFERJ, Eduardo Viana, o Caixa D'água, a solicitação foi aceita.

O lance de Edmundo no primeiro jogo da final

A decisão revoltou os flamenguistas, que não compareceram aos últimos jogos (contra Americano e o próprio Vasco), garantindo ao Gigante da Colina o título do terceiro turno e a vaga na final do campeonato ao lado do Botafogo, vencedor das taças Guanabara e Rio.

No dia 5 de julho, Vasco e Botafogo entraram no gramado do Maracanã para o primeiro jogo da grande final. No primeiro tempo, Ramón marcou o gol vascaíno, o único da partida. Porém, o jogo foi marcado por outro lance: o craque Edmundo recebeu uma bola na lateral direita e foi cercado pelo zagueiro botafoguense Gonçalves. O Animal parou a bola e "botou a mão joelho, deu uma abaixadinha, rebolou gostoso, balançando a bundinha", passou por Gonçalves. Edmundo fez a Dança da Bundinha, que foi popularizada pelo conjunto É o Tchan.

Dimba comemorando o gol do título

O lance revoltou os jogadores do Botafogo e virou o tema mais debatido nas Mesas Redondas das rádios e televisões do Rio de Janeiro. Uns diziam que era desrespeito. Outros, apenas uma descontração do craque vascaíno. O que quase ninguém lembrou é que o resultado dava a vantagem do empate ao Vasco no jogo de volta.

O segundo jogo foi realizado três dias depois, também no Maracanã. Jogando pela igualdade no marcador, o Vasco abusava nos contra-ataques. Por ter tudo melhor campanha no todo do campeonato, o Fogão precisava apenas de uma vitória simples, mas isto não estava sendo uma tarefa fácil para o time da Estrela Solitária.

Dimba comendo a grama, literalmente

O tão sonhado gol do Botafogo saiu aos 33 minutos do segundo tempo. O centroavante Dimba, descoberto no futebol candango (por coincidência, no Botafogo Sobradinho), entrou na área pela direita, passou por Luisinho e deu um chute que Caetano (que substituía Carlos Germano) não conseguiu defender. Gol do Fogão, o gol do título botafoguense.

Na comemoração do título, duas cenas marcantes. A primeira foi com o autor do gol do título. Dimba pegou um pequeno chumaço de grama do Maracanã e comeu. Isso mesmo, você não está lendo errado. Ele mastigou aquele pequeno pedaço do 'tapete verde' como se fosse a melhor comida do mundo. Tudo isso para mostrar que havia vencido no futebol. Vale lembrar que Dimba sofria uma pressão constante da torcida, pois substituía o ídolo Túlio, que no início do ano foi negociado com o Corinthians.



A outra atitude que marcou foi protagonizada por Gonçalves, sendo seguido por diversos jogadores e membros da delegação botafoguense. Para responder à provocação de Edmundo no primeiro jogo, o zagueiro correu para frente da torcida vascaína e também "botou a mão joelho, deu uma abaixadinha, rebolou gostoso, balançando a bundinha", fazendo a Dança da Bundinha, junto com seus companheiros. A cena ficou marcada para sempre na história do futebol carioca.
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